AULA 11 : OS PROBLEMAS AMBIENTAIS NO CAMPO
Objetivos
Analisar problemas ambientais gerados pelo uso incorreto do campo ou por sua excessiva expansão. Destacar seis pontos essenciais, no Brasil e no mundo, quanto aos problemas ambientais: contaminação das águas, assoreamento, desflorestamento, degradação dos solos, desertificação e transgênicos.
Encaminhamento
1. Na Aula 11, mostrar que o crescimento do domínio humano sobre a natureza teve como lado negativo a degradação ambiental. Iniciar pela análise da contaminação da água, relembrando o conceito de ciclo hidrológico. Argumentar que, graças a essa dinâmica, a poluição recebida pela água não afeta apenas a região próxima à fonte poluente, mas se espalha por locais distantes, atingindo não apenas as populações das margens dos rios, mas também as cidades próximas.
Comentar a contaminação das águas por defensivos agrícolas e excesso de adubação química.
Com ajuda do gráfico do uso da água no mundo, mostrar o destacado papel da agricultura no setor, apontando as causas disso e sua dificuldade de reversão. Comentar, finalmente, que a poluição hídrica chega ao subsolo e aos oceanos, ampliando o problema.
2. Em seguida, analisar a questão do assoreamento, definindo o termo, suas causas e conseqüências.
Há um esquema no Caderno que ajuda a explicar o fenômeno, suas conseqüências e
a dificuldade de solução. Relacionar a questão à retirada da cobertura vegetal natural e apresentar os quatro fatores que determinam a aceleração da erosão superficial: grau de cobertura que o terreno apresenta, volume de água, grau de inclinação do terreno e permeabilidade do solo.
3. Para encerrar, debater a questão do desflorestamento, mostrando que menos de 30% da superfície do planeta ainda é coberta por florestas. Apontar as origens desse processo e as causas de sua aceleração: analisar a tabela do Caderno para mostrar a situação atual. Destacar os países com grandes extensões florestais. Enfatizar que as florestas boreais de coníferas quase não foram afetadas pela agropecuária, mas a exploração de madeira é intensa. Explicar a silvicultura e como ela contribui para a preservação dessa paisagem. Analisar as florestas temperadas caducas, seu quase desaparecimento na Europa e sua preservação nos Estados Unidos, graças aos parques nacionais. Finalizar comentando as florestas intertropicais, as mais destruídas na atualidade. Usar a tabela para mostrar essa situação e apontar suas causas. Há um mapa de queimadas no Brasil bem interessante. Comentar o desflorestamento que
atinge áreas não florestais, como as estepes do Sahel.
4. Resolver os exercícios de 1 a 3 da Apostila-caderno. Recomendar a leitura dos itens indicados da Tarefa Mínima. Recomendar os exercícios da Tarefa Complementar.
ESQUEMA DA AULA 11
COMO SE DÁ A CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA ?
O homem usa a água para satisfazer necessidades domésticas, agrícolas e industriais, como meio de transporte e destino de resíduos. Em quantidades pequenas, os resíduos são decompostos pela ação dos microorganismos. A quantidade excessiva deles provoca uma degradação das bacias fluviais e das costas, impossibilitando a
vida nessas águas.
A CONTAMINAÇÃO DE MANEIRA GERAL
Cerca de 0,008%, do total da água do nosso planeta é própria para o consumo, sendo que, nos últimos anos, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) está sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem. Situação preocupante, pois poderá faltar, num futuro próximo, água para o consumo de grande parte da população mundial.Pode vir do campo em sua dupla vertente: a pecuária e a agricultura. A grande concentração humana nas cidades também é responsável por uma parte importante da contaminação. Ali surgem as cloacas, verdadeiros rios de esgoto que arrastam resíduos sólidos. A principal e mais perigosa fonte de contaminação são as indústrias, que despejam seus resíduos nas águas.
A contaminação das águas no Brasil aumentou cinco vezes nos últimos dez anos e o problema pode ser constatado em 20 mil áreas diferentes do país.
Estes são apenas alguns dos pontos presentes no relatório "O Estado Real das Águas do Brasil", que será lançado no próximo dia 22, em Brasília, pela Defensoria da Água, Cáritas Brasileira e Universidade Federal do Rio de Janeiro, dentro da programação da I Semana Brasileira de Economia e Contabilidade Ambiental.
De acordo com o coordenador geral da Defensoria da Água, Leonardo Morelli, o relatório revela que a contaminação avança muito rápido num espaço de tempo considerado curto. Se a poluição das águas quintuplicou em dez anos, o coordenador explica que as perspectivas ainda estão longe de ser consideradas positivas.
CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA NO BRASIL
"Se a contaminação continuar no ritmo em que está, nos próximos dez anos a situação será realmente muito crítica. Este relatório quer chamar a atenção para isso, para o que estamos fazendo com a água, o nosso principal bem público", afirmou.
Coordenado pela professora Araceli Ferreira, da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o relatório faz um levantamento nas cinco regiões brasileiras, a fim de oferecer um panorama geral sobre a situação.
O problema nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, segundo adiantou o coordenador da Defensoria, chama muito a atenção, pois em áreas onde há cinco anos não havia sido detectado nenhum tipo de poluição das águas, hoje já estão dentro das áreas consideradas contaminadas.
Na região sul, a contaminação é crescente por conta do crescimento industrial. Já no Nordeste, a escassez da água também é intrinsecamente ligada à contaminação, pois a qualidade da água que é consumida pela população continua não apresentando segurança na saúde. "Tirando as iniciativas que vieram com a Cáritas, a situação por lá requer atenção", comentou.
A privatização também está sendo citada no relatório. Sobretudo, na região Centro-Oeste. Morelli enfatiza que o fato de o Governo do estado de Goiás estar iniciando modelos de privatização das águas, além de abrir precedentes muito graves, também pode colocar em risco a qualidade da água.
No mapeamento geral, o relatório aponta 20 mil áreas contaminadas, que interferem diretamente na condição de saúde das populações. O número é maior do que o reconhecido pelos últimos dados do Ministério de Saúde, que é de 15.200 áreas.
Atividades econômicas que mais contaminam
Indústria
Mineração e Petróleo
Agricultura
Através dos resíduos químicos e biológicos dos efluentes industriais. As indústrias mais poluentes são:Papel e celuloseQuímica e PetroquímicaRefinação de petróleoMetalurgiaAlimentaçãoTêxteis
A contaminação proveniente da mineração é bastante aguda nos países latino-americanos. Os contaminantes emitidos são:Metais pesadosÁcidos e sólidos em suspensãoHidrocarbonos próximo aos pontos de extração, em vazamentos de oleodutos e em transporte por navios
A atividade agrícola contamina a água por:Infiltração, precipitação e drenagem não controladasContaminação por fertilizantes e pesticidasMétodos de irrigação que usam a água de forma descontrolada
Fonte: Recursos Hídricos para a América Latina e Caribe, da UNESCO.
Poluição da Água Subterrânea
Inúmeras atividades do homem introduzem no meio ambiente substâncias ou características físicas que ali não existiam antes, ou que existiam em quantidades diferentes. A este processo chamamos de poluição. Assim como as atividades desenvolvidas pela humanidade são muito variáveis, também o são as formas e níveis de poluição.
Estas mudanças de características do meio físico poderão refletir de formas diferentes sobre a biota local, podendo ser prejudicial a algumas espécies e não a outras. De qualquer forma, considerando as interdependências das várias espécies, estas modificações levam sempre a desequilíbrios ecológicos. Resta saber quão intenso é este desequilíbrio e se é possível ser assimilado sem conseqüências catastróficas. Recentemente, a grande imprensa noticiou que em países europeus o uso intensivo de defensivos agrícolas levou a uma diminuição dos microorganismos e insetos do solo a ponto de estar retardando a reciclagem das fezes animais.
No geral os depósitos de água subterrânea são bem mais resistentes aos processos poluidores dos que os de água superficial, pois a camada de solo sobrejacente atua como filtro físico e químico. A facilidade de um poluente atingir a água subterrânea dependerá dos seguintes fatores:
a)Tipo de aqüífero.
Os aqüíferos freáticos são mais vulneráveis do que os confinados ou semiconfinados. Aqüíferos porosos são mais resistentes dos que os fissurais, e entre estes os mais vulneráveis são os cársticos.
b)Profundidade do nível estático: (espessura da zona de aeração)
Como esta zona atua como um reator físico-químico, sua espessura tem papel importante. Espessuras maiores permitirão maior tempo de filtragem, além do que aumentarão o tempo de exposição do poluente aos agentes oxidantes e adsorventes presentes na zona de aeração.
c)Permeabilidade da zona de aeração e do aqüífero.
A permeabilidade da zona de aeração é fundamental quando se pensa em poluição. Uma zona de aeração impermeável ou pouco permeável é uma barreira à penetração de poluentes no aqüífero. Aqüíferos extensos podem estar parcialmente recobertos por camadas impermeáveis em algumas áreas enquanto em outras acontece o inverso. Estas áreas de maior permeabilidade atuam como zona de recarga e têm uma importância fundamental em seu gerenciamento.
Por outro lado, alta permeabilidade (transmissividade) permitem uma rápida difusão da poluição. O avanço da mancha poluidora poderá ser acelerado pela exploração do aqüífero, na medida que aumenta a velocidade do fluxo subterrâneo em direção às áreas onde está havendo a retirada de água. No caso de aqüíferos litorâneos, a superexploração poderá levar à ruptura do frágil equilíbrio existente entre água doce e água salgada, produzindo o que se convencionou chamar de intrusão de água salgada.
d)Teor de matéria orgânica existente sobre o solo
A matéria orgânica tem grande capacidade de adsorver uma gama variada de metais pesados e moléculas orgânicas. Estudos no Estado do Paraná, onde está muito difundida a técnica do plantio direto, têm mostrado que o aumento do teor de matéria orgânica no solo tem sido responsável por uma grande diminuição do impacto ambiental da agricultura. Têm diminuído a quantidade de nitrato e sedimentos carregados para os cursos d’água. Segundo técnicos estaduais isto tem modificado o próprio aspecto da água da represa de Itaipu.
e)Tipo dos óxidos e minerais de argila existentes no solo.
Sabe-se que estes compostos, por suas cargas químicas superficiais, têm grande capacidade de reter uma série de elementos e compostos.
Na contaminação de um solo por nitrato, sabe-se que o manejo de fertilizantes, com adição de gesso ao solo, facilita a reciclagem do nitrogênio pelos vegetais e, consequentemente, a penetração do nitrato no solo é menor. Da mesma forma, a mobilidade dos íons nitratos é muito dependente do balanço de cargas. Solos com balanço positivo de cargas suportam mais nitrato. Neste particular, é de se notar que nos solos tropicais os minerais predominantes são óxidos de ferro e alumínio e caolinita, que possuem significante cargas positivas, o que permite interação do tipo íon-íon (interação forte) com uma gama variada de produto que devem sua atividade pesticida a grupos moleculares iônicos e polares.
AssoreamentoO processo de assoreamento numa bacia hidrográfica encontra-se intimamente, relacionado aos processos erosivos, uma vez que é este que fornece os materiais que ao serem transportados e depositados darão origem ao assoreamento. Assoreamento e erosão são dois processos diretamente proporcionais na dinâmica da bacia hidrográfica.
O assoreamento ocorre em regiões rebaixadas como o fundo de vales, rios, mares ou qualquer outro lugar em que o nível de base da drenagem permita um processo deposicional.
Na bacia hidrográfica da Baía de Guanabara, o processo de assoreamento foi acelerado pela retirada da cobertura vegetal, inicialmente para a extração de madeiras nobres da Mata Atlântica e, posteriormente, para a implantação de lavouras e núcleos urbanos. Isto provocou a exposição do solo acelerando os processos de erosão e deposição.
O assoreamento é uma conseqüência direta da erosão. Para se observar se uma região está sofrendo uma erosão muito pronunciada basta que se observe a água das enxurradas e dos rios após as chuvas. Se for barrenta é porque a região a montante está sendo muito erodida. Ao erodir um terreno a água da chuva leva a argila em suspensão, dando a cor amarelo ocre às águas.
Problemas causados pela elevada taxa de assoreamento a que está sendo submetida a Baía de Guanabara:
a) Elevação do fundo prejudicando a navegação e diminuindo a lâmina d'água, o que provoca seu maior aquecimento e menor capacidade de dissolver oxigênio.
b) Alteração da circulação e dos fluxos das correntes internas, comprometendo a vegetação da orla (manguezais) e as zonas pesqueiras.
c) Assoreamento da área de manguezais que altera a flutuação das marés pelo avanço da linha de orla, podendo muito rapidamente comprometer este importante ecossistema.
d) O material fino em suspensão na coluna d’água (turbidez), é uma barreira à penetração dos raios solares, prejudicando a biota que realiza fotossíntese e consequentemente diminuindo a taxa de oxigênio dissolvido na água.
Na região da baixada o carreamento intenso de sedimentos provoca o assoreamento dos córregos, rios e canais, originando inundações muitas das quais, por acontecerem todo ano, já são crônicas na história da região. Combater as enchentes só será possível portanto, através de uma ação global no conjunto da bacia da Baía. A simples dragagem é uma medida paliativa, pois o material tirado hoje voltará amanhã através da erosão.
Fatores que contribuem para EROSÃO DE UM SOLO
Muitas ações devidas ao homem apressam o processo de erosão, como por exemplo:
o
desmatamento (desflorestação) desprotege o solo da chuva.
a construção de
favelas em encostas que, além de desflorestar, provocam a erosão acelerada devido ao declive do terreno.
as técnicas agrícolas inadequadas, quando se promovem desflorestações extensivas para dar lugar a áreas plantadas.
a ocupação do solo, impedindo grandes áreas de terrenos de cumprirem o seu papel de absorvedor de águas e aumentando, com isso, a potencialidade do
transporte de materiais, devido ao escoamento superficial.
Conseqüências da erosão
Efeitos poluidores da ação de arraste
Os arrastamentos podem encobrir porções de terrenos férteis e sepultá-los com materiais áridos.
Morte da fauna e flora do fundo dos rios e lagos por soterramento.
Turbidez nas águas, dificultando a ação da luz solar na realização da fotossíntese, importante para a purificação e oxigenação das águas.
Arraste de biocidas e adubos até os corpos d'água e causarem, com isso, desequilíbrio na fauna e flora nesses corpos d'água (causando
eutroficação por exemplo).
Outros danos
Assoreamento: que preenche o volume original dos rios e lagos e como conseqüência, vindas as grandes chuvas, esses corpos d’água extravasam, causando as
enchentesInstabilidade causada nas partes mais elevadas podem levar a deslocamentos repentinos de grandes massas de terra e rochas que desabam talude abaixo, causando, no geral, grandes tragédias.
DESFLORESTAMENTO
Desflorestamento ou desmatamento é o processo de destruição das florestas através da ação do homem. Ocorre, geralmente, para a exploração de madeira, abertura de áreas para a agricultura ou pastagem para o gado. A queimada ilegal é o processo mais utilizado para o desflorestamento. O processo de desflorestamento ocorre a milhares de anos. Em algumas regiões do mundo, as floresta foram totalmente destruídas. Na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, quase não há mais florestas nativas. O desflorestamento é altamente prejudicial ao funcionamento dos ecossistemas. Ao eliminar uma floresta, ocorre, ao mesmo tempo, a morte de muitas espécies animais. Isto ocorre, pois várias espécies fazem da floresta o habitat e, obtém nela, o alimento e proteção necessários para a sobrevivência.
A destruição de florestas, principalmente pelo processo de queimada, também contribui para o desenvolvimento do efeito estufa, provocando o aquecimento global.
No Brasil, o desflorestamento tem ocorrido desde o início da colonização (século XVI). Os portugueses, objetivando o lucro, cortaram e venderam na Europa grandes quantidades de pau-brasil da Mata Atlântica. Atualmente, o desflorestamento ainda ocorre, principalmente, na região da Amazônia. A floresta amazônica tem sido destruída para a retirada de madeiras nobres (para a venda) e também para a abertura de pastagens e áreas agrícolas (principalmente de soja). O reflorestamento é uma das soluções para tentar reverter esse quadro tão prejudicial ao meio ambiente. Outra saída é a utilização das florestas de forma sustentável, através de atividades que não visem sua destruição. Neste sentido, podemos citar, como exemplo, a extração vegetal e o eco-turismo.
REFLORESTAMENTO NO MUNDO
A eliminação das florestas é a causa da formação de torrentes, de erosões, quedas de barreiras, inundações e uma alteração generalizada do regime natural das águas. Também se produzem alterações climáticas, e, como a industrialização, há uma poluição maior do ar e das águas, o que vem afetar o estado físico das populações.
É o principal fator de poluição do solo, causa desequilíbrio hidrogeológicos, pois em resultados dele a terra deixa de reter as águas pluviais.
As madeiras das árvores florestais têm sido usadas como lenha ou carvão e na fabricação de móveis, construção de casas e fabricação de papel.
Além de madeiras, outros produtos florestais têm sido amplamente extraídos.
Além de recursos vegetais, das florestas são retirados também recursos animais como, por exemplo, o mel das abelhas e uma grande quantidade de animais, mortos por caçadores.
Áreas florestais são eliminadas para o cultivo de alimentos. Grandes extensões de terras têm sido devastadas para implantação de monoculturas e para construção de rodovias e ferrovias. O desmatamento seguido de plantio, mesmo que seja de capim, tem sido utilizado para garantir a posse da terra. Esse sistema é uma maneira fácil de capturar uma área extensa e vem sendo usado por posseiros e grileiros. Assim, mesmo regiões onde vivem pequenas populações sofrem a perda de grandes áreas florestais.
Os únicos seres capazes de colocar oxigênio no planeta Terra são as plantas terrestres e as algas aquáticas. Os homens não possuem fábricas onde possam fabricar moléculas de oxigênio. O extermínio das árvores das florestas e a morte das algas marinhas, pela poluição, são dois fatos que podem acabar com as condições de vida na Terra. Sem plantas e algas unicelulares para repor o oxigênio da atmosfera os seres vivos não poderão continuar vivendo. Quando a chuva cai, a pressão da água é amortecida pelas folhas das árvores e, assim, quando chega ao solo, a água da chuva flui suavemente.
A remoção da cobertura vegetal é desastrosa para o solo. A água das chuvas, caindo sobre o solo nu, vai lavando o solo, ou seja, vai removendo as partículas e dissolvendo as substâncias que o constituem. Grandes quantidades de solo vão sendo levadas pelas enxurradas para as partes mais baixas, alcançando, por fim, os cursos de água. Quanto mais inclinado é o terreno, maior a velocidade da água nas enxurradas e maior a perda de solo.
O calor do sol, direto, sobre o solo provoca o secamento do húmus e a eliminação de seus nutrientes. No solo seco, as partículas, sem a coesão exercida pela água, desprendem - se facilmente e são transportadas pelo vento, na forma de poeira, ou pelas chuvas.
O desmatamento irracional facilita o desgaste do solo pela ação erosiva do vento e da água.
O desmatamento em grande escala traz outros prejuízos aos seres vivos; prejudica, por exemplo, a sobrevivência de animais da região, adaptadas as condições da mata em que vivem.
O desmatamento no cume e na encostas dos morros é a causa de muito deslizamentos de terra nos períodos de chuva mais intensas.
Com o desmatamento das margens e das nascentes dos rios, ocorrem enchentes com mais freqüência, como conseqüência do assoreamento.
REFLORESTAMENTO
Praticamente todos os países civilizados do mundo alcançaram a compreensão de que há um ponto além do qual o avanço do desflorestamento se converte em fator negativo para o progresso, mesmo independentemente da densidade demográfica respectiva.
Os ensinamentos dos países mais antigos encontraram ecos também naqueles que ainda dispõem de florestas em abundância. Dessa forma, praticamente em todo mundo civilizado, surgiu uma nova força econômica - uma apreciação generalizada do valor das florestas e um movimento no sentido da introdução de uma administração racional dos recursos florestais.
Observações continuadas por muitos e em diferentes partes do mundo estabeleceram, com segurança, os fatos seguintes com relação à discutida influência das florestas sobre o clima: as florestas abaixam a temperatura do ar em seu interior e acima delas; a influência vertical da floresta sobre a temperatura vai, em determinados casos, a uma altura superior a 1,5km. A temperatura média anual, na mesma altitude e na mesma localidade, é invariavelmente menor dentro do que fora de uma floresta. A temperatura média mensal é menor na floresta do que no descampado, para todos os meses do ano, sendo porém a diferença maior nos meses de verão. A média diária da temperatura mostra a mesma diferença, em grau ainda maior. Demais, a temperatura do ar no interior da floresta, além de mais baixa, é também menos sujeita a flutuações do que nas partes desmatadas.
Nas regiões tropicais e subtropicais, a influência da floresta na temperatura do ar é mais acentuada. As florestas influenciam a temperatura do solo de modo mais ou menos semelhante à do ar, apenas com a diferença de que os intervalos de temperatura são maiores. No inverno o solo florestal é mais quente e no verão mais frio do que o das terras descobertas.
Conservando o solo e realizando o reflorestamento, as raízes das árvores e os detritos do solo retêm as águas, embebendo - e impedindo a formação de fortes enxurradas, causadoras da erosão e das enchentes.
A conservação das matas é também importante para o regime de chuvas: as raízes retiram do lençol de água subterrâneo considerável quantidade de água e as folhas lançam na atmosfera, pela transpiração, contribuindo para a formação de nuvens e chuva.
É alarmante a diminuição de nossas reservas florestais, donde as grandes estiagens ou seca que flagela muitas regiões.
A destruição das matas traz três conseqüências graves, como:
1. Aridez do solo, pelo transporte do húmus ( matéria orgânica )
2. Secas
3. Enchentes
AULA 12: DEGRADAÇÃO DOS SOLOS
1. Na Aula 12, analisar a degradação dos solos, associada à redução da cobertura vegetal e a expansão da agricultura. Apontar as quatro grandes causas desse processo: desflorestamento, produção de carvão vegetal e lenha, uso inadequado de solos e industrialização e urbanização.
Usar exemplos brasileiros, como o caso histórico do Vale do Paraíba, com o café.
2. Usando a definição da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, de 1994, analisar a desertificação, mostrando que 20% da superfície dos continentes estão ameaçados por esse fenômeno, que afeta a mais de 1 bilhão de pessoas e atinge cerca de 100 países.
Situe-a no Brasil, usando o mapa da desertificação no Nordeste. Apontar as causas do fenômeno, destacando que ele é natural e antrópico, que diminui a produtividade da terra e que a degradação de terras afeta a quantidade e a qualidade da água doce.
3. Encerrar a aula comentando a questão dos transgênicos. Explicar o que são os organismos geneticamente modificados (OGMs) e as causas da polêmica à sua volta. Mostrar a atuação das transnacionais na questão. Comentar seu cultivo atual em mais de 20 países, destacando Estados Unidos, Argentina, Canadá e China (90% da produção mundial). Apontar os principais cultivos (milho, algodão, canola e soja). Comentar a Revolução Verde da década de 1960, suas conquistas e fracassos. Analisar a evolução do Brasil no setor após a década de 1970.
4. Resolver os exercícios de 4 a 6 da Apostila-caderno. Recomendar os exercícios da Tarefa Mínima e recomendar os exercícios da Tarefa Complementar.
ESQUEMA AULA 12
O solo é um corpo vivo, de grande complexidade e muito dinâmico. Tem como componentes principais a fase sólida (matéria mineral e matéria orgânica), e a água e o ar na designada componente "não sólida".
Dentro do amplo conceito de degradação dos solos, podemos distinguir alguns tipos:
Degradação da Fertilidade: é a diminuição de capacidade do solo de suportar e manter vida. São produzidas modificações comprometedoras em suas capacidades físicas, químicas, fisicoquímicas e biológicas, que a conduzem a sua degradação.
Ao degradar-se, o solo perde sua capacidade de produção. E mesmo com grandes quantidades de adubo, a capacidade de produção não será a mesma de um solo não degradado.
Isso pode ser ocasionado por fatores químicos (perda de nutrientes, acidificação, salinização, etc), físicos (perda de estrutura, diminuição de permeabilidade, etc) ou biológicos (diminuição de matéria orgânica).
Erosão: é a destruição física das estruturas do solo e seu carregamento é feito, em geral, pela água (erosão hídrica) e ventos (erosão eólica).
O processo de erosão mais grave é o causado pelas atividades do ser humano (erosão antropogênica), que apresenta um desenvolvimento muito rápido, se comparado com a erosão natural. Além disso, a erosão natural é muito benéfica para a fertilidade do solo.
Degradação por Contaminação: A contaminação do solo tem-se tornado uma das preocupações ambientais, uma vez que, geralmente, a contaminação interfere no ambiente global da área afectada (solo, águas superficiais e subterrâneas, ar, fauna e vegetação), podendo mesmo estar na origem de problemas de saúde pública.
O uso da terra para centros urbanos, para as atividades agrícolas, pecuária e industrial tem tido como conseqüência elevados níveis de contaminação.
De fato, aos usos referidos associam-se, geralmente, descargas acidentais ou voluntárias de poluentes no solo e águas, deposição não controlada de produtos que podem ser resíduos perigosos, lixeiras e/ou aterros sanitários não controlados, deposições atmosféricas resultantes das várias atividades, etc. Assim, ao longo dos últimos anos, têm sido detectados numerosos casos de contaminação do solo em zonas urbanas e rurais.
A degradação do solo pode ocorrer por meio da
desertificação, uso de tecnologias inadequadas, falta de conservação, destruição da vegetação nele encontrado pelo desmatamento ou pelas
queimadas.
A contaminação dos solos dá-se principalmente por resíduos sólidos, líquidos e gasosos, águas contaminadas, efluentes sólidos e líquidos, efluentes provenientes de atividades agrícolas, etc. Assim, pode-se concluir que a contaminação do solo ocorrerá sempre que houver adição de compostos ao solo, modificando suas características naturais e as suas utilizações, produzindo efeitos negativos.
Para que o solo mantenha as múltiplas capacidades de suporte dos sistemas naturais e agrícolas, é fundamental que as suas características estruturais permaneçam em equilíbrio com os diversos sistemas ecológicos. Este condicionamento é tanto mais determinante quanto o tipo de solo é frágil e pouco estável.
A preocupação com os processos de degradação do solo vem sendo crescente, à medida que se verifica que, para além da clássica desertificação por secura, outros processos conducentes aos mesmos resultados se têm instalado, devido a:
Utilização de tecnologias inadequadas em culturas de sequeiro.
Falta de práticas de conservação de água no solo.
Destruição da cobertura vegetal.
Um dos principais fenômenos de degradação dos solos é a contaminação, nomeadamente por:
Resíduos sólidos, líquidos e gasosos provenientes de aglomerados urbanos e áreas industriais, na medida em que a maioria são ainda depositados no solo sem qualquer controle, levando a que os lixiviados produzidos e não recolhidos para posterior tratamento, contaminem facilmente solos e águas, e por outro lado, o metano produzido pela degradação anaeróbia da fração orgânica dos resíduos, pode acumular-se em bolsas, no solo, criando riscos de explosão.
Águas contaminadas, efluentes sólidos e líquidos lançados diretamente sobre os solos e/ou deposição de partículas sólidas, cujas descargas, continuam a ser majoritariamente não controladas, provenientes da indústria, de onde se pode destacar a indústria química, destilarias e lagares, indústria de celulose, indústria de curtumes, indústria cimenteira, centrais termoelétricas e atividades mineira e siderúrgica, assim como aquelas cujas atividades industriais constituem maiores riscos de poluição para o solo.
Efluentes provenientes de atividades agrícolas, de onde se destacam aquelas que apresentam um elevado risco de poluição, como sendo, as agropecuárias intensivas (suinoculturas), com taxa bastante baixa de tratamento de efluentes, cujo efeito no solo depende do tipo deste, da concentração dos efluentes e do modo de dispersão, os sistemas agrícolas intensivos que têm grandes contributos de pesticidas e adubos, podendo provocar a acidez dos solos, que por sua vez facilita a mobilidade dos metais pesados, e os sistemas de rega, por incorreta implantação e uso, podem originar a salinização do solo e/ou a toxicidade das plantas com excesso de nutrientes.
Uso desmedido das lamas de depuração e de águas residuais na agricultura, por serem materiais com elevado teor de matéria orgânica e conterem elementos biocidas que deverão ser controlados para reduzir os riscos de acumulação.
O processo de contaminação, pode então definir-se como a adição no solo de compostos, que qualitativa e/ou quantitativamente podem modificar as suas características naturais e utilizações, produzindo então efeitos negativos, constituindo poluição. Estando a contaminação do solo diretamente relacionado com os efluentes líquidos e sólidos neste lançados e com a deposição de partículas sólidas (lixeiras), independentemente da sua origem, salienta-se a imediata necessidade de controle destes poluentes, preservando e conservando a integridade natural dos meios receptores, como sendo os recursos hídricos, solos e atmosfera.
A destruição do manto florestal, os incêndios ambientais ou provocados, o sobrepastoreio e as inúmeras obras de urbanização, acelerando os processos erosivos, têm destruído, ao longo dos anos, enormes áreas de solos cultivados. Milhões de toneladas de solos perdem-se todos os anos devido à erosão. Com a introdução da agricultura, o homem modificou o equilíbrio ecológico em numerosas zonas. Muitos animais que no seu ambiente natural são eliminados devido à presença de predadores e parasitas, noutro meio são capazes de aumentar numericamente de forma considerável. Neste processo se deve procurar a origem da maioria das pragas conhecidas.
Para encontrar um novo equilíbrio ecológico e lutar contra os animais e plantas prejudiciais, começaram a utilizar-se, já há vários anos, certos produtos químicos cujo número e eficácia não parou de aumentar. Entre esses produtos destacam-se os pesticidas (fungicidas e inseticidas),
agrotóxicos e herbicidas. Mas, o lançamento de quantidades maciças de pesticidas e herbicidas, além de matar os "indesejáveis", destrói muitos seres vivos que interferem na construção do solo, impedindo deste modo a sua regeneração.
Os produtos tóxicos, acumulando-se nos solos, podem permanecer ativos durante longos anos. As plantas cultivadas nestes terrenos infectados podem absorvê-los ainda mesmo quando estes não foram utilizados para o seu próprio tratamento. Assim se explica a existência de pesticidas nos nossos alimentos principais, como o leite e a carne, acabando a sua acumulação por se dar fundamentalmente no homem, que se encontra no fim das cadeias alimentares.
A acumulação dos resíduos sólidos constitui hoje também um problema angustiante das sociedades de consumo a que pertencemos. Nos refugos sólidos a que se considerar os lixos domésticos, constituídos de papel, papelão, plásticos, vidros, restos de comida, etc. A acumulação destes lixos podem ser um foco de contaminação ou um excelente meio para o desenvolvimento de insetos e roedores. Além disso, destroem a paisagem, podendo ainda contribuir para a contaminação das águas superficiais e subterrâneas, através da água da chuva, principalmente quando os terrenos são permeáveis.
A POLÊMICA DOS OGM’S ( ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS)
A POLÊMICA INTERNACIONAL SOBRE OS TRANSGÊNICOS
O noticiário internacional está repleto, há anos, com o contencioso entre os defensores das plantas transgênicas (empresas interessadas e produtores rurais) e seus contrários (empresas interessadas e produtores rurais). Os consumidores, também divididos, têm pendido para uma posição mais cautelosa e freqüentemente recusam-se a comprar produtos que utilizam plantas transgências ou seus subprodutos.
Enquanto esses se preocupam com a própria saúde e de suas famílias aqueles parecem envolvidos em uma disputa comercial.
Há os agricultores que preferem usar os vegetais transgênicos – por exemplo, as espécies
resistentes a herbicidas – pois pretendem uma maior produtividade de seus campos de cultivos. Desta forma ao usarem intensivamente os herbicidas das empresas responsáveis pelas sementes transgênicas ganham pelo aumento da colheita decorrente da eliminação de espécies concorrentes não resistentes ao herbicida, mas por outro lado devem pagar “royalties” pelo uso da semente modificada. Mesmo que selecionem parte desta produção como semente para a nova safra – como costumam fazer os agricultores – terão de pagar por isto.
Há, contudo, aqueles que continuam utilizando sementes naturais ou híbridas – não transgênicas – compradas de produtores tradicionais de sementes ou selecionadas pelos próprios cultivadores.
Uma das principais promessas dos transgénicos é a de aumentar a produção de alimentos, ajudando a combater a fome. Para nós, essa é uma falsa questão. Como já realçámos anteriormente, se ainda não se acabou com a fome no mundo não é por falta de recursos, mas sim porque ainda vivemos numa sociedade capitalista (ou de economia de mercado). Enquanto não derrubarmos este sistema injusto e não sustentável continuaremos a ter todos os anos mais e mais pessoas a morrer devido à falta de alimentos, água potável e medicamentos.
Alguns estudos já indicam que as culturas de OGMs apresentam menor biodiversidade do que culturas de organismos não geneticamente modificados, o que é claramente negativo para o meio ambiente. Juntando a isto, os vários potenciais efeitos negativos na saúde pública: aumento de alergias e resistência a antibióticos por parte de algumas bactérias patogénicas. Tudo isto nos faz encarar os OGMs com pouco entusiasmo e muita preocupação. Sobretudo neste contexto capitalista global, em que o desenvolvimento e a proliferação dos OGMs poderá agravar ainda mais o fosso entre os países ricos, com a sua biotecnologia, e os países mais pobres, que assim cada vez mais estarão dependentes. Deste modo o perigo, de que grandes sectores da agricultura fiquem dependentes de meia dúzia de empresas detentoras dos direitos sobre as plantas transgénicas, é bem real.
NO MUNDO
A área cultivada com OGM já chegava, em 2002, a quase 60 milhões de hectares, contra apenas 1,7 milhões em 1996. Cerca de 99 por cento da área plantada no planeta com OGM está localizada nos Estados Unidos da América (66%), Argentina (23%), Canadá (6%) e China (4%). No mesmo ano de 2002, já metade da soja e 20 por cento do milho cultivado em todo o planeta eram geneticamente modificados.
NO BRASIL
“Organismo Geneticamente Modificado (OGM) é todo organismo cujo material
genético tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia genética”
(Lei Federal 11.105, 2005).
BIOTECNOLOGIA: recombinação genética e novos organismos
OGM: Vantagens X Desvantagens
VANTAGENS:
• Aumento da produção e produtividade
• Melhoria da qualidade das sementes
• Redução dos custos de produção (menores danos às plantas, menores
perdas pelo ataque de pragas, redução no número de pulverizações e
menor persistência de substancias no meio ambiente)
DESVANTAGENS:
• Custo inicial alto
• Controle tecnológico nas mãos de poucas empresas transnacionais
• Risco de escape gênico no meio ambiente
• Produção de proteínas alergênicas
• Produção de compostos tóxicos
• Redução da qualidade nutricional dos alimentos
• Ameaça à segurança alimentar (uso de sementes na 2a safra)
Transgênicos no Brasil
Dos 90 milhões de hectares ocupados com OGM no mundo hoje, cerca de 6%
estão no Brasil.
• O direito do consumidor decidir se vai ou não consumir um produto
transgênico. Decreto presidencial 3.871/2001exige a rotulagem somente
acima de 4% (Europa 1%)
• Em 2003, o Governo Federal usou Medida Provisória para tentar resolver o
problema da comercialização da soja transgênica ilegal no Rio Grande do
Sul (Termo de Ajuste de Responsabilidade e Conduta).
• O caso da empresa MONSANTO. A Medida Provisória inocentou a empresa
de pagamentos de possíveis danos que o plantio possa causar e confirmou
a ela o direito de cobrar pela propriedade intelectual.
Como se prevenir contra os possíveis riscos?
• Mecanismos de regulamentação, controle e vigilância (CTNBio)
• Legislação específica (normas técnicas e procedimentos claros)
• Rotulagem com advertência dos possíveis riscos