sexta-feira, 12 de setembro de 2008

O CAOS BOLIVIANO !

Bolívia 1 - Líder cívico diz que Carta de Evo é racista, Na Folha:
Banqueiro, fazendeiro, esguio, branco, bem vestido, Branko Marinkovic Jovicevic, 41, casado, três filhos, é a liderança máxima do Comitê Cívico de Santa Cruz. Formado pela Universidade do Texas (EUA) em engenharia eletromecânica e em economia e finanças, o descendente de iugoslavos que chegaram à Bolívia em 1956 fugindo do comunismo do general Josip Broz Tito (1892-1980) é um dos inimigos mais ativos do presidente Morales. "Branko" faz pouco caso dos adversários. Orgulhoso, diz ser um "representante do capitalismo de Santa Cruz" e acusa o presidente, ele sim, de "racista". Abaixo, trechos da entrevista que Marinkovic deu à Folha. (LC)

FOLHA - O presidente Evo Morales expulsou o embaixador norte-americano, Philip Goldberg, alegando que o diplomata envolveu-se em atividades conspiratórias contra o governo. Também relacionou a conspiração à viagem que o sr. fez a Miami...
BRANKO MARINKOVIC - O governo ultrapassou todos os limites do razoável. Minha mulher teve um problema de saúde, e foi por isso que fui a Miami. É ridículo que eu tenha de explicar isso.
(...)
FOLHA - E qual é o caminho?
MARINKOVIC - O caminho é a autonomia. Evo Morales não pode negar isso e querer nos impor uma Constituição [refere-se ao projeto de Carta aprovado pela Assembléia Constituinte de maioria governista]. Não vamos aceitar uma Constituição que não preveja o básico "cada cidadão um voto". Não há nada que nos faça aceitar que um cidadão valha mais do que outro por causa de sua origem étnica.
Folha - Como assim?
MARINKOVIC - Na Constituição, dizem que há circunscrições que elegem seus deputados não por base populacional nem territorial. Uma etnia de 20 pessoas tem a mesma representação de outra de cem mil pessoas. Não é questão de indigenismo nem de antiindigenismo. O problema é Evo Morales, que traz esse tema racial de forma totalmente equivocada.
(...)
FOLHA - O governo diz que o senhor e os defensores da autonomia cruzenha são racistas.
MARINKOVIC - Se existe um departamento em que não existe discriminação contra indígenas é Santa Cruz. Quando o MAS (partido de Morales) fazia manifestações em Cochabamba, paravam os ônibus e pediam as carteiras de identidade. Se eram de Santa Cruz, golpeavam-nos. Isso é racismo.
Bolívia 2 - Embaixador afirma que Bolívia cogita decretar "estado de sítio" Na Folha:
Ao lado de seu ministro da Fazenda, Luis Alberto Arce, o embaixador da Bolívia no Brasil, Rene Dorfler, afirmou ontem que o presidente Evo Morales estuda a instalação de estado de sítio no país para controlar os protestos."A Constituição política estabelece essa possibilidade, o governo está avaliando a situação e vai decidir se for necessário", afirmou Dorfler.Segundo o ministro boliviano, a expulsão do embaixador norte-americano Philip Goldberg anteontem se refere a um problema "com a pessoa do embaixador", que teve encontros com líderes da oposição e foi criticado por Morales antes. As relações com os Estados Unidos não estariam em risco, segundo ele.O embaixador e o ministro ressaltaram que o governo Morales adotou medidas para conter a violência e assegurar o fornecimento de gás ao Brasil, como o envio das Forças Armadas a locais estratégicos. A polícia e o Ministério Público começaram a investigar os crimes."O governo tomou e está tomando todas as medidas para garantir o fornecimento de gás e instruiu que as Forças Armadas da Bolívia passem a vigiar os campos petrolíferos e gasíferos do país", disse Dorfler.Arce completou: "São pequenos grupos violentos, terroristas, que estão fazendo isso. O governo avalia que não se pode submeter toda a população a uma situação de exceção só por causa desses grupos".

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

OPEP DECIDE REDUZIR PRODUÇÃO DE PETRÓLEO !

10/09/2008 - 03h00
Opep reduz em 520 mil barris a oferta diária de petróleo

A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) anunciou nesta quarta-feira que irá reduzir em 520 mil barris por dia a oferta global do produto.A decisão foi tomada em uma reunião realizada em Viena por representantes dos países do cartel, em que eles discutiram a recente queda do preço do produto no mercado internacional. Na terça-feira, o preço do barril caiu para menos de US$ 100 pela primeira vez desde abril.
O barril do petróleo tipo Brent para entrega em outubro foi negociado em Londres a cerca de US$ 99 durante o dia, encerrando o dia cotado a US$ 100,34.A cotação chegou ao ápice de mais de US$ 147 em julho, levando a temores de inflação nos países consumidores. Entretanto, os preços vêm caindo desde então, refletindo o desaquecimento da economia global e a conseqüente menor demanda pelo produto.Analistas também atribuíram a queda desta terça-feira à crença, entre os investidores, de que o furacão Ike não irá afetar a produção americana de petróleo na região do Golfo do México, o que elevaria a demanda dos Estados Unidos por petróleo de outros países.

Efeito imediato

Em um comunicado, a Opep disse que a decisão foi tomada após uma revisão das condições do mercado, que os países da organização concluíram que "o mercado de petróleo está bem abastecido e permitiu que os estoques fossem abastecidos em níveis confortáveis, tendo em vista a cobertura da demanda futura"."Os preços caíram de forma significativa nas últimas semanas, refletindo um enfraquecimento da economia mundial (...) com sua concomitante menor demanda por petróleo, juntamente com uma maior demanda de petróleo, um fortalecimento do dólar e uma redução das tensões geopolíticas", diz a nota.Comentando a decisão, o presidente da Opep - o ministro da Energia da Argélia, Chakib Khelil -, disse que não espera que a menor oferta venha ter algum efeito imediato na queda do preço do petróleo internacionalmente."Minha impressão é que provavelmente o preço vai continuar caindo, apesar da decisão que tomamos", disse. "Eu não acho que isso irá afetar os consumidores de alguma forma porque, primeiramente, existe uma superoferta (do produto).

Todos concordam com isso." "As ações (para diminuir a produção) serão tomadas pelos membros assim que puderem, o que significa nos próximos 40 dias", completou Khelil.A Opep também concordou em reavaliar a decisão em uma próxima reunião, a ser realizada em dezembro.

Segundo a correspondente da BBC em Viena Bethany Bell, a medida do cartel reflete a preocupação da Opep em frear a queda internacional do preço do produto e tem o objetivo de evitar mais turbulência no mercado de petróleo.