domingo, 27 de março de 2011

1º ANOS - CREI : RENE DESCARTES, FRANCIS BACON, AUGUSTE COMTE

ALUNOS DOS PRIMEIROS ANOS - 2011
IDOLOS DE FRANCIS BACON

É no Novo Órganon que Bacon dá vida à lógica. Para se estabelecer o progresso da ciências primeiro temos de destruir os ídolos. Um ídolo é um retrato considerado como se fosse uma realidade, um pensamento confundido com a coisa. Uma deturpação, um erro, que está arraigado na mente e nas atitudes humanas. Bacon nomeia quatro ídolos: primeiro os ídolos da tribo, são normais em toda a humanidade. O homem, sendo o padrão das coisas, faz com que todas as percepções dos sentidos e da mente sejam tomadas como verdade, sendo que pertencem apenas ao homem, e não ao universo. Bacon compara a mente aos espelhos côncavos e convexos que desfiguram a realidade. São muitos os ídolos da mente, que simplificam o mundo e causam superstições. A percepção do homem está moldada para reduzir o complexo ao simples, realçando o que lhe é favorável. É a inércia do espírito, e estaria presente na astronomia, na cabala e na astronomia. Segundo Bacon, pensamentos retratam o homem mais que o objeto. Deve-se ter muitos cuidados ao lidar com esses ídolos, pondo sob suspeita suas convicções.

O segundo tipo de ídolo são os da caverna (uma alusão à alegoria da caverna de Platão), são os erros peculiares de cada indivíduo, cada pessoa tem sua caverna ou toca particular que descolore e refrata a luz da natureza. É formada pela disposição do corpo e da mente. A tendência do indivíduo é ver tudo sob a luz de sua própria caverna.

O terceiro tipo são os ídolos do mercado, nascidos do comércio e associações entre os homens. Implicam-se na ambigüidade de palavras que impostas segundo a compreensão da multidão. Da má disposição de palavras surge a obstrução da mente. Os homens usam as palavras para designar o que dizem ser realidade, mas não designam mais que abstrações em certos casos.

Por último vem os ídolos do teatro, que tem suas origens nas doutrinas filosóficas influentes. Para Bacon os sistemas filosóficos não passam de peças teatrais, representadas num mundo irreal. São mais elegantes e compactas que a realidade. Bacon critica os clássicos gregos, chamando Aristóteles de o pior dos sofistas.

Livres dos erros que são os problemas da humanidade, deve-se partir para a Grande Reconstrução. livres e despidos de preconceitos, como as crianças. Para passar de dominado a dominador da natureza o homem deve conhecer as leis da natureza por métodos comprovados. Bacon declara várias vezes que saber é poder. No seu método de investigação distingue a experiência simples da experiência escriturada. A simples aceita-se como se manifesta, é um acidente. São noções recolhidas quando se opera ao acaso. A segunda vem quando o investigador, que já está preparado, observa a experiência metodicamente e faz experimentos. Assim, o investigador tem enumerar todas as ocorrências e ausências do fenômeno. Depois deve comparar as ocorrências entre si. Então se observa na experiência a variação, a prolongação, a transferência, inversão, compulsão, união e mudança de condições. Então chega-se às instâncias prerrogativas, que forças as investigações em um sentido. As mais importantes dentre as vinte e sete são as solitárias, as imigrantes, as ostensivas, as analógicas e as cruciais. Bacon formula a teoria da indução, que serve para descrever minuciosamente os cuidados, técnicas e procedimentos para a investigação dos fenômenos naturais. O final de tudo isso seriam as formas das coisas. Muitos traças paralelos entre as teorias das formas de Bacon e a teoria das idéias de Platão. Bacon. aliás achava que Platão era um teólogo idealista, que confundia a teologia com a filosofia. É uma metafísica da ciência. As formas pertencem ao mundo empírico, são a realidade por excelência, leis e causas dos fenômenos naturais. Quando se conhecerem as formas das coisas haverá matéria prima para a Utopia. Na Nova Atlândida, publicada dois anos antes da morte de Bacon, ele descreve uma ilha que, com a abundância de força juntada ao rigor científico e ao trabalho permite uma organização justa das estruturas sociais e econômicas. Seria governada pela Casa de Salomão, um santuário de sabedoria. Não há políticos.

Bacon influenciou muitos filósofos com Hobbes e Locke, também ingleses. Chamado de arauto da ciência, primeiro dos modernos e último dos antigos, Bacon captou a transformação que a mente humana passava na sua época, e que evoluiu ainda mais depois. Propõe o domínio da natureza em favor do homem e assim vem acontecendo cada vez mais, a ponto de chegarmos à uma degradação ambiental alarmante. O homem, para Bacon, só deve prestar contas ao Estado e à Deus. Se deus existe na natureza e dominamos ela, quem parará o homem? É o começo de um processo que tirou o mágico da mente humana em favor da razão e da transformação da matéria e culminou no capitalismo industrial.

EM SUMA

Quatro são as espécies de ídolos que bloqueiam a inteligência humana. Para melhor entendimento, designei-os com certos nomes: os da primeira espécie são ídolos da tribo; da segunda espécie, os ídolos da caverna; da terceira espécie, os ídolos do foro; da quarta, os ídolos do teatro. A formação de noções e princípios por meio da verdadeira indução é, sem dúvida, o remédio adequado para afastar e destruir os ídolos. É, porém, de grande utilidade explicar em que consistem os ídolos. Pois a teoria dos ídolos guarda, com respeito à interpretação da natureza, a mesma relação que a teoria dos elenco sofísticos com a dialética corrente. Os ídolos da tribo se plantam na índole da própria natureza humana na mesma tribo ou espécie humana. Porque é sem razão que se afirma que o sentimento humano é a medida das coisas. Muito ao contrário: todas as percepções, tanto dos sentidos como da inteligência, guardam mais analogia com o homem do que com o universo. O entendimento humano é uma espécie de espelho que não reflete de igual maneira os raios das coisas. Sua natureza o confunde com as coisas, e deste modo as deforma e corrompe.

Os ídolos da caverna são os ídolos próprios do homem considerado como indivíduo, porque cada homem traz consigo, além dos erros que afetam a natureza humana em geral, uma caverna ou gruta particular, que desvia ou adultera a luz da natureza: tanto pela índole própria e singular de cada um, como por sua educação e convívio com os outros, tanto pela leitura dos livros e a autoridade das pessoas com que cada um trata e a que admira, como, enfim, pela diferença das impressões, que podem verificar-se num espírito preocupado e ressentido, ou num espírito sereno e tranquilo. De modo que, manifestamente, o espírito humano, tal como se acha constituído em cada homem, é uma coisa variável, profundamente alterada e, até certo ponto, aleatória. Por isso, bem disse Heráclito que os homens buscam a ciência no pequeno mundo, e não no grande, o universal.

Há também ídolos procedentes, em certo modo, da reunião e aliança recíproca dos indivíduos pertencentes à espécie humana, aos quais chamaria ídolos do foro, porque derivam do comércio e da associação humana. Os homens, com efeito, se associam por meio da linguagem, mas as palavras se empregam com o sentido que têm na boca do povo. Por conseguinte, o emprego indevido e inadequado das palavras estabelece estranhas dificuldades ao estabelecimento humano. Nem as definições nem as explicações com que os homens doutos costumam proteger-se e defender-se em alguns assuntos conseguem, de qualquer forma, restituir a coisa à sua verdadeira situação. Pois as palavras pressionam, sem dúvida, o entendimento, e perturbam tudo, arrastando os homens a inumeráveis controvérsias e comentários sem sentido.

Existem, finalmente, ídolos que se insinuam no ânimo dos homens através dos dogmas dos sistemas filosóficos e, inclusive, dos piores métodos da demonstração. É o que chamam de ídolos do teatro. Pois, quantas forem as filosofias inventadas e admitidas, tantas serão, em nosso entender, as fábulas criadas e representadas, que reproduzem a figuração de mundos fictícios e teatrais.

Não falamos apenas da filosofia atual ou das filosofias e seitas antigas. Há sempre margem para imaginar e construir muitas outras semelhantes; as causas de erros até diversos entre si são quase as mesmas. Também não nos referimos somente à filosofia em geral, mas também a muitos princípios e axiomas das ciências, que acabaram se tornando vigentes graças à tradição, à credulidade e à irreflexão. Todavia, com relação a cada uma dessas espécies de ídolos, falaremos com mais detalhes e clareza, para alertar o entendimento humano.

Os ídolos do foro são os mais perigosos. Insinuam-se no entendimento através da linguagem. Os homens, com efeito, crêem que sua razão governa as palavras. Mas acontece também que as palavras projetam sua força sobre o entendimento, o que converte a filosofia e as ciências numa coisa sofística e inútil. As palavras, quase sempre revestidas do sentido que lhes dá o povo, recortam as coisas pelas linhas de percepção mais acessíveis à inteligência vulgar. Pois bem: quando uma inteligência dotada de maior perspicácia, ou uma observação mais diligente quer transformar essas linhas para que coincidam melhor com a natureza das coisas, as palavras o impedem. Ai está exatamente a raiz das grandes e solenes disputas dos homens doutos, que degeneram em discussões sobre o sentido das palavras. Seria, assim, mais pudente começar seguindo o uso e a prudência dos matemáticos, colocando as coisas em ordem, por meio de uma definição.

RENÉ DESCARTES
Descartes afirmou no Discurso do Método, que quanto mais estudava mais se apercebia de sua ignorância (parece um pouco com Sócrates, não é?). No livro Os princípios da filosofia afirma que a filosofia é como uma árvore, as raízes são a metafísica e a ciências como a medicina, a mecânica e a psicologia os ramos da árvore. A psicologia não era muito desenvolvida na época de Descartes. Descartes critica a lógica dialética, afirma que ela parte de verdades já conhecidas e é inútil para desvendar novas verdades. Também critica a matemática, pois, apesar de fornecer conclusões irrefutáveis, muitas vezes possui regras em demasia, sem nenhum fim prático, sendo muito abstrata. Descartes criou a geometria analítica, determinando um ponto do espaço no plano cartesiano. A geometria analítica estuda as curvas, superfícies e figuras geométricas, tendo relação com algumas equações. Essas equações podem ser aplicadas no plano formado pelas absissas e ordenadas. Assim a álgebra e a geometria foram unidas por Descartes que muito se orgulhava de sua descoberta. Ele também introduziu alguns discursos de óptica. Aplicou o raciocínio matemático nas regras de seu método. Pois era preciso usar a razão para se chegar à verdade universal. Descartes sempre buscou o avanço da ciência, e quando ela conhece a natureza se torna senhora dessa. Apesar de ter ainda alguns resquícios da escolástica, Descartes se esforçou para ir além e chegar no pragmatismo. Toda a escolástica e o edifício da ciência aristotélica faziam parte do passado. E com Descartes dá a entender era preciso ir para a frente. Por isso ele é considerado o fundador da filosofia moderna. No seu estilo claro mas pleno de construções, demonstrações e imagens ele nos dá as quatro regra do método:

a) jamais acolher algo como verdadeiro, a não ser que seja absolutamente evidente, e não acolher no juízo o que não seja claro e indubitável. É a regra da evidência.

b) a segunda regra, que tem um jeito matemático , diz para dividir as dificuldades em quantas partes fosse possível e necessário para resolvê-las.

c) a terceira regra é conduzir com ordem os pensamentos, começando com os mais simples e indo para os mais complicados, dos mais fáceis de conhecer para os compostos. Descartes também afirma, em outro trecho, que não se fia nos primeiros pensamentos. Na terceira regra é preciso fazer uma síntese da realidade complexa, que foi decomposta em partes menores.

d) a última consiste em fazer em toda a parte enumerações e revisões completas, para nada se omitir.

Leibniz zombou da aparente banalidade do método. Descartes aplicou-o e afirma que ele facilitou o desvelamento de certas questões, usando a razão como instrumento para tirar as dúvidas. Ele adverte que é um método que usou exclusivamente para si, como uma maneira de dirigir seu pensamento. Pois a razão, (bom senso) para Descartes, é o que há de mais bem distribuído no mundo, e o que diferencia a capacidade é o modo como cada um conduz seus pensamentos, chegando à resultados diferentes.

Como uma pessoa que está construindo uma casa, e necessita de um local para dormir enquanto a obra está sendo feita, Descartes fez uma moral provisória, para não permanecer irresoluto em suas ações. A primeira máxima é obedecer as leis e costumes de seu país. A segunda é ser firme e resoluto em suas ações e não ir adiante nas opiniões duvidosas ou falsas. Assim, com essa determinação podemos ser capazes de distinguir o que não é verdade. Descates afirma que cada homem possui a noção inata do que é verdade. Deus dá essa noção, se, por intuição, temos muita certeza de uma coisa , ela é verdade. nesse ponto, Descartes valoriza a intuição, ao lado da razão. A menor distância entre dois pontos é uma reta, e não devemos ter remorsos de nossos atos. Descartes pretendia com isso se livrar de ter um espírito fraco e vacilante. A terceira máxima moral é primeiro vencer a si próprio, depois a fortuna, o destino. Primeiro modificar os desejos pessoais, e não a ordem do mundo. Tudo o que Descartes diz ter realmente em seu poder são os seus pensamentos. Assim nossa vaidade não toma conta e não remoemos nossos infortúnios nem lamentamos a falta de riqueza ou virtude.

Descartes prossegue dizendo que a melhor ocupação é cultivar a razão. É o que melhor podemos fazer, pois é impossível dominar o universo e o que não atingimos é inacessível. Descartes, ficou rolando nove anos pelo mundo, vivendo sem luxos desnecessários, e solitário. Realizando meditações metafísicas, chegou à dúvida metódica. Para se passar do pequeno Eu, (que é subjetivo e depende de muitos fatores para ser conclusivo) para o mundo objetivo é necessário tomar como certas algumas coisas. Mas, supondo que tudo o que se vê é falso, sua memória é cheia de mentiras. Nesses parâmetros, a única coisa verdadeira é que não há nada de certo no mundo. Descartes realça que não estava sendo cético, pois esses são indecisos e ele buscava a verdade através da dúvida. Pois há uma força que engana sempre. Mas se ela engana, não se pode negar que se está recebendo a ação. Mesmo se não houver diferença entre o sonho e o estado acordado, ele pensa enquanto duvida. Assim Descartes chegou à verdade Penso, Logo existo (em latim: Cogito, ergo sum). Por pensamento Descartes considera tudo o que é de fato, e que nós nos tornamos conscientes disso. São pensamentos todas as operações intelectuais e da imaginação, bem como da vontade. Assim Descartes se fecha em sua subjetividade, na sua mente e pôde supor que não existe mundo. Mas a sua alma existe, e ela é puro pensamento. E um tópico interessante de sua teoria é a dualidade. A alma é uma substância distinta do corpo. E antes de confirmar como verdadeira a existência física do mundo, Descartes demonstra a existência de deus. Afirma que quem conhece é mais perfeito do que quem duvida. Tudo aquilo que ele conhece tinha de vir de alguma coisa. Ele acha que é necessário existir algo a quem ele depende e que seja perfeito. É a lei da causalidade, Deus é causa final de tudo. Descartes desenvolve o argumento ontológico para a existência de Deus. Antes dele, Santo Anselmo já o tinha feito. O Deus cartesiano é infinito, imutável, independente, onisciente, criador e conservador. Deus é uma idéia inata, que já vem junto com o nascimento. Deus garante a objetividade do mundo. Existem também as idéias factícias, construídas por nós mesmos, e as adventícias, que vem de fora. Descartes diz que existe uma luz interior dada por Deus, que dá confiança e certeza, pois é impossível que Deus seja mentiroso e enganador. E nossa consciência de Deus, do infinito, essa percepção que o homem pode ter da divindade e da perfeição é como “a marca do artista em sua obra”. Hegel mais tarde afirmou que é impossível ao homem conhecer o infinito, pois ele só pode empregar categorias finitas. E o ser humano erra, erro que provém do juízo. E no juízo o intelecto e a vontade influem. A pressão, influência da vontade sobre o intelecto se não for bem administrada resulta no erro do juízo. Como em Santo Agostinho, é o mau uso do livre arbítrio que faz o errado surgir. Meu intelecto como tal, em si, não é errado, mas meus pensamentos e atos podem ser.

Descartes afirma que a realidade exterior pode ser conhecida através da razão. As propriedades quantitativas são evidentes para a razão, as propriedades qualitativas são evidentes para os sentidos. Descartes fala da existência das substâncias, como a já citada alma e a extensão, ou matéria. A matéria ocupa lugar no espaço e pode ser decomposta em partes menores. Existe só um tipo de matéria no universo. O universo é composto de matéria em movimento. Não existe o espaço vazio, ou o vácuo dos atomistas. Visando a análise científica racional, Descartes chega à conclusão que os animais e os corpos humanos são autômatos, como máquinas semelhantes ao relógio. Na quinta parte do Discurso do Método, ele faz uma descrição fisiológica, o corpo é uma máquina de terra, construído por Deus, e suas funções dependem das funções dos órgãos. A alma está ligada ao corpo por uma glândula cerebral, onde ocorre a interação entre espírito e matéria. Na teoria mecanicista de Descartes, o corpo é uma máquina e deve entregar o controle das ações para alma. E Descartes afirma que a soma de todos os ângulos de um triângulo sempre será igual à dois retos. Essa frase foi tomada por Spinoza, a quem Descartes influenciou, e significa uma verdade, independente dos vai-e vem das opiniões baseadas nos sentidos.

AUGUSTE COMTE
Positivismo é a doutrina criada por Augusto Comte que sugere a observação científica da realidade, cujo conhecimento viabilizaria o estabelecimento de leis universais para o progresso da sociedade e dos indivíduos. Comte acreditava ser possível observar a vida social por meio de um modelo científico, interpretando a história da humanidade, e a partir dessa análise, criar um processo permanente de melhoria e evolução. Esse processo estaria dividido em estágios inferiores ? fase teológica e fase metafísica ? até alcançar um nível superior ? fase positivista. Para Comte, a ordem era a base do progresso social, apesar de visualizar somente o caos e a anarquia, por isso ele abominava tanto a revolução quanto a democracia. O modelo positivista de regime é republicano, porém estruturado sob a forma de uma ditadura científica. Um dos princípios do positivismo é a separação entre o poder religioso e o poder civil, somente homens esclarecidos e honestos seriam os verdadeiros sacerdotes do saber. Esta sabedoria seria transmitida aos ditadores ilustrados e, estes teriam condições de comandar o Estado e as classes inferiores. Comte também defendeu a universalização do ensino primário e o amparo ao proletariado. No Brasil, a doutrina positivista teve grande repercussão, norteando uma reforma autoritária no Rio Grande do Sul, no governo de Júlio de Castilho, em 1893, e posteriormente pelo Estado Novo. O lema da bandeira brasileira - Ordem e Progresso ? é na verdade um pressuposto do positivismo de Comte.

SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA:

Ocorreu após as grandes transformações iniciadas no séc. XVII com o declínio do conhecimento religioso e a constituição de uma nova forma de conhecimento – o conhecimento científico. No séc. XVIII duas grandes revoluções (a Revolução Francesa e a Revolução Industrial) consolidam estas mudanças (que caracterizam a passagem da sociedade feudal para a sociedade capitalista) iniciando um novo período marcado pelo cientificismo e pela racionalidade. No séc. XIX com a eclosão de graves problemas sociais e uma maior visibilidade das desigualdades sociais surge o “social” enquanto um problema a ser investigado e analisado, buscando a reorganização da vida social.

Isto se constituiu num grande desafio para os cientistas da época:
“Os primeiros sociólogos construíram conceitos voltados para a tentativa de interpretar por critérios científicos a realidade social. Esse foi o primeiro embate vivido por tal ciência, que é uma das marcas centrais do mundo ocidental moderno, uma vez que o passo a ser dado implicava superar, por meio da razão, os ditames colocados pelos ensinamentos do senso comum, que até então dominavam a maior parte das interpretações e explicações sobre o sentido da ação coletiva humana”. (FERREIRA, 2001,pág. 32)
Os estudos clássicos de Sociologia enfatizavam ou a ação individual ou a ação coletiva. Weber privilegia o papel ativo do indivíduo na escolha das ações sociais, enquanto Durkheim enfatiza o papel da sociedade e de suas instituições e outros autores ressaltam a importância ao conjunto das práticas que definem as próprias relações sociais entre indivíduo e sociedade (Karl Marx). É o que veremos mais detalhadamente a seguir.
A Sociologia constitui-se numa forma de conhecimento, uma ciência. Mas afinal o que é a Sociologia?

“é o estudo científico das interações de indivíduos e grupos, orientadas por significados intermentais, principalmente aqueles significados derivados da cultura, em função de objetivos e interesses específicos para cada situação social” (Villa Nova, 2000, pág. 195).

Nenhum comentário:

Postar um comentário