Diretor da OMC é favorável a um novo acordo de Bretton Woods
09 de Outubro de 2008
PARIS (AFP) - O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, se declarou favorável a um novo Sistema Bretton Woods, em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornal francês Le Parisien.
"Se isso quer dizer sentar as potências mundiais em uma mesma mesma, ou seja, os Estados Unidos, Europa, China, Índia, Brasil, Indonésia e sauditas, para que dêem um mandato para fixar as regras das finanças mundiais, então estou a favor", declarou Lamy.
Ao término da Segunda Guerra Mundial, os acordos de Bretton Woods (Estados Unidos) traçaram as grandes linhas do sistema financeiro internacional, no primeiro exemplo de uma ordem monetária negociada.
Lamy, ex-comissário do Comério da União Européia (UE), considerou que, frente à crise, são necessárias ações o mais coordenadas possível, como fizeram, na véspera, os sete grandes bancos centrais do mundo para reduzir suas taxas de juros.
PARIS (AFP) - O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, se declarou favorável a um novo Sistema Bretton Woods, em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornal francês Le Parisien.
"Se isso quer dizer sentar as potências mundiais em uma mesma mesma, ou seja, os Estados Unidos, Europa, China, Índia, Brasil, Indonésia e sauditas, para que dêem um mandato para fixar as regras das finanças mundiais, então estou a favor", declarou Lamy.
Ao término da Segunda Guerra Mundial, os acordos de Bretton Woods (Estados Unidos) traçaram as grandes linhas do sistema financeiro internacional, no primeiro exemplo de uma ordem monetária negociada.
Lamy, ex-comissário do Comério da União Européia (UE), considerou que, frente à crise, são necessárias ações o mais coordenadas possível, como fizeram, na véspera, os sete grandes bancos centrais do mundo para reduzir suas taxas de juros.
O QUE FOI BRETTON WOODS ?
Bretton Woods foi o nome dado a um acordo de 1944 no qual estiveram presentes 45 países aliados e que tinha como objectivo reger a política económica mundial. Segundo o acordo de Bretton Woods as moedas dos países membros passariam a estar ligadas ao dólar variando numa estreita banda de +/- 1%, e a moeda norte-americana estaria ligada ao Ouro a 35 dólares. Para que tudo funcionasse sem grandes sobressaltos foram criadas com o acordo Bretton Woods duas entidades de supervisão, o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial.
Assim, com o acordo de Bretton Woods, o dólar passou a ser a moeda forte do sistema financeiro mundial e os países membros utilizavam-na para financiar os seus desequilíbrios comerciais, minimizando custos de detenção de diversas moedas estrangeiras.
Assim, com o acordo de Bretton Woods, o dólar passou a ser a moeda forte do sistema financeiro mundial e os países membros utilizavam-na para financiar os seus desequilíbrios comerciais, minimizando custos de detenção de diversas moedas estrangeiras.
Durante vinte anos o sistema Bretton Woods funcionou como previsto, mas chegando-se à segunda metade da década de 60 começaram a surgir problemas derivados da degradação das finanças norte-americanas. Para se financiar o défice orçamental houve um aumento da emissão de dólares que, por um lado, começou a criar problemas aos restantes países membros do acordo Bretton Woods, porque os obrigava a emitir das suas próprias moedas para manterem o cambio "fixo", criando pressões inflacionistas na sua economia, e por outro, associado a uma degradação da conta corrente norte-americana, com as importações a crescerem mais rápido que as exportações (a balança comercial passou de um excedente de 6,8 mil milhões em 64 para um défice de 2,9 mil milhões em 71, sendo também um dos culpados a sobrevalorização do dólar, que mantinha o preço dos produtos norte-americanos muito elevados face aos europeus), a quantidade de dólares passou a exceder o stock de ouro diminuindo a vontade dos outros países de deter dólares. (em 1971 o passivo norte-americano era de 70 mil milhões de dólares e o stock de ouro de apenas 12 mil milhões)
A pressão foi aumentando e durante o primeiro semestre de 1971 já se notava alguma valorização das moedas mais importantes face ao dólar, apesar de serem tomadas algumas medidas para contrariar essa tendência. Mas, a 15 de Agosto, Nixon, que era presidente desde 1969, pôs fim ao acordo de Bretton Woods e à convertabilidade do dólar em ouro, anunciando a sua vontade de realinhar as taxas de paridade. Após o anúncio, os mercados estiveram fechados durante uma semana e quando abriram o dólar foi desvalorizando, com os Bancos Centrais a intervir e a controlar a situação.
Assim, com o acordo de Bretton Woods, o dólar passou a ser a moeda forte do sistema financeiro mundial e os países membros utilizavam-na para financiar os seus desequilíbrios comerciais, minimizando custos de detenção de diversas moedas estrangeiras.
Assim, com o acordo de Bretton Woods, o dólar passou a ser a moeda forte do sistema financeiro mundial e os países membros utilizavam-na para financiar os seus desequilíbrios comerciais, minimizando custos de detenção de diversas moedas estrangeiras.
Durante vinte anos o sistema Bretton Woods funcionou como previsto, mas chegando-se à segunda metade da década de 60 começaram a surgir problemas derivados da degradação das finanças norte-americanas. Para se financiar o défice orçamental houve um aumento da emissão de dólares que, por um lado, começou a criar problemas aos restantes países membros do acordo Bretton Woods, porque os obrigava a emitir das suas próprias moedas para manterem o cambio "fixo", criando pressões inflacionistas na sua economia, e por outro, associado a uma degradação da conta corrente norte-americana, com as importações a crescerem mais rápido que as exportações (a balança comercial passou de um excedente de 6,8 mil milhões em 64 para um défice de 2,9 mil milhões em 71, sendo também um dos culpados a sobrevalorização do dólar, que mantinha o preço dos produtos norte-americanos muito elevados face aos europeus), a quantidade de dólares passou a exceder o stock de ouro diminuindo a vontade dos outros países de deter dólares. (em 1971 o passivo norte-americano era de 70 mil milhões de dólares e o stock de ouro de apenas 12 mil milhões)
A pressão foi aumentando e durante o primeiro semestre de 1971 já se notava alguma valorização das moedas mais importantes face ao dólar, apesar de serem tomadas algumas medidas para contrariar essa tendência. Mas, a 15 de Agosto, Nixon, que era presidente desde 1969, pôs fim ao acordo de Bretton Woods e à convertabilidade do dólar em ouro, anunciando a sua vontade de realinhar as taxas de paridade. Após o anúncio, os mercados estiveram fechados durante uma semana e quando abriram o dólar foi desvalorizando, com os Bancos Centrais a intervir e a controlar a situação.
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