quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

SEGUNDO ANOS - SÃO CAMILO - AULA 17 E 19 DE FEVEREIRO - 2009

TERCEIRA SEMANA : 16 À 20/02/09
17/02: AULA 04:
1 Na Aula 4, definir hábitat rural e esclarecer que o grau de tecnologia e modernidade nele presente determina seu tipo. Analisar o hábitat rural tradicional, apresentando suas características e locais de ocorrência. Fazer o mesmo com o hábitat rural moderno.
2 Explicar o esvaziamento do espaço geográfico rural nas últimas décadas, provocado pelo êxodo rural. Mostrar que isso vem ocorrendo de forma relativa e absoluta. Discutir as causas desse fato, mas comentar que sua ocorrência é irregular, com países nos dois extremos, ou seja, mais ruralizados e mais urbanizados.
3 Analisar os tipos de agricultura, começando pela de subsistência, destacando seu caráter não comercial, a forma primitiva de exploração do solo, as técnicas rudimentares, o trabalho manual e a baixa produtividade. Comentar como esse tipo de produção está se tornando raro, já que o isolamento é cada vez mais difícil na sociedade moderna. Explicar as formas tribal e de jardinagem desse tipo de produção.
4 Definir as plantations, suas origens e características históricas. Analisar sua presença na atualidade e a mudança de uma de suas características (eliminação da mão-de-obra escrava). Destacar as principais produções atuais na África, Ásia e América.
5 Definir agroindústria e analisar sua relação com o crescimento urbano, formador de mercados de alimentos e de matérias-primas. Explicar seu caráter modernizador, usando o gráfico que mostra a mecanização do campo brasileiro. Relacionar isso com a redução da oferta de trabalho no campo (analisar o que são trabalhadores permanentes e trabalhadores temporários). Comentar que os maiores produtores mundiais de alimentos são países desenvolvidos, mostrando as exceções (Argentina e o Brasil). Exemplificar o caso brasileiro da cana-de-açúcar, fazendo um rápido histórico da crise do petróleo e da criação do Pró-Álcool.
6 Relacionar isso com a indústria automobilística, analisando os gráficos da produção de álcool e de carros a álcool no país. Comentar que a agroindústria também chegou ao setor pecuarista. Destacar, principalmente, a situação da Campanha Gaúcha, do oeste paulista e do Triângulo Mineiro.
7 Resolver os exercícios de 3 a 5 da Apostila-caderno. Recomendar os exercícios da Tarefa Mínima e a leitura dos itens indicados. Recomendar os exercícios da Tarefa Complementar.

ESQUEMA DA 4ª AULA DIA 17/02
CAP. 01: O ESPAÇO GEOGRÁFICO RURAL

1 - O HÁBITAT RURAL
I. Habitat, é o espaço geográfico onde vive uma população.
II. Habitat rural, espaço onde estão parte da população, e depende do grau de modernidade de cada país, podendo ser tradicional, onde há mais presença da força humana, e o moderno, onde há mais presença da máquina.

2 – O ESVAZIAMENTO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO RURAL
I. Com os avanços tecnológico, temos percebido no espaço rural do mundo um esvaziamento, causados, pela introdução das máquinas que geram expansão técnica, levando as migrações, ou ao êxodo rural, principalmente nos países subdesenvolvidos.
II. O que se percebe no mundo, é o avanço da urbanização e o recuo do meio rural tradicional, fazendo supor um novo meio rural.

3 - A AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA
I. Como o próprio nome diz, é a agricultura, voltada exclusivamente para o sustento do grupo familiar, ou ao sustento ( subsistência) do agricultor
II. Geralmente, não é uma monocultura, mas sim um grupode culturas de rápido crescimento como feijão, batata,milho, e, variedades de hortaliças e leguminosas.
III. A agricultura de subsistência difere de uma região paraa outra. Enquanto no nordeste brasileiro planta-se parasubsistência o jerimum, no sul e sudeste planta-se batata e milho, exemplificando.
IV. Tal tipo de agricultura, tem exclusiva predominância empequenas áreas em propriedades rurais geralmente incorporadas ao patrimônio familiar, de forma hereditária.
V. São sistemas agrícolas largamente aplicados em regiões onde a agricultura é descapitalizada. A produção é obtida em pequenas e médias propriedades ou parcelas de grandes latifúndios (nesse caso, parte da produção destina-se ao proprietário para pagamento do aluguel), com utilização de mão-de-obra familiar e técnicas tradicionais e rudimentares onde a produção destina-se a subsistência da família.
VI. Por falta de assistência técnica e de recursos, não há preocupação com a conservação do solo, as sementes utilizadas são de qualidade inferior, não se investe em fertilizantes e, portanto, a rentabilidade, a produção e a produtividade são baixas. Nesse tipo de sistema é freqüente o uso das queimadas em novas áreas de plantio, tendo em vista a medida em que o solo é esgotado, muda-se de local.
VII. Daí o nome de agricultura itinerante. Tal sistema ainda existe em boa parte dos países africanos, asiáticos e na América Latina, mas o que prevalece hoje é uma agricultura de subsistência voltada ao comércio urbano, porém o dinheiro apenas garante a sobrevivência do agricultor e sua família.
VIII. A agricultura de subsistência, que atende às necessidades básicas de consumo alimentar dos agricultores de suas famílias, ainda é praticada em regiões muito pobres do Planeta. Esse tipo de agricultura vem desaparecendo, pela incorporação dos pequenos agricultores ao processo de capitalização do campo.

3 – A AGRICULTURA DE PLANTATIONS
I. Localizada basicamente nas zonas tropicais, caracteriza-se por cultivos destinados a exportação (palmeira, café, chá, abacaxi, seringueira), para satisfazer a crescente demanda dos países desenvolvidos. As empresas multinacionais agroalimentares dominam o mercado mundial dos produtos de plantation, o que faz com que muitos Estados do Terceiro Mundo sejam submetidos a seus interesses.
II. a grande propriedade monocultora, com produção de gêneros tropicais, voltada para a exportação. Forma de exploração típica dos países subdesenvolvidos. Esse sistema foi amplamente utilizado durante a colonização européia.
III. Na atualidade, esse sistema persiste em várias regiões do mundo subdesenvolvido (Brasil, Colômbia, América Central, Gana, Costa do Marfim, Índia, etc.), utilizando além de mão-de-obra assalariada, trabalho semi-escravo ou escravo.
IV. Esse tipo de agricultura foi introduzido pelos europeus em suas colônias tropicais a partir do século XVI. O sistema de plantation opõe-se à agricultura itinerante e de jardinagem, que são sistemas nativos( autóctones). Suas principais características são:
ü grandes propriedades monocultoras de gêneros tropicais;
ü numerosa mão-de-obra, nativa ou escrava;
ü grande investimento de capital para abastecer o mercado externo;
ü produção em larga escala.
A plantation foi e continua sendo praticada em países tropicais da América Latina, da Ásia e da África, com conseqüências de extrema gravidade:
ü excessiva concentração de terras;
ü abandono das lavouras de subsistência;
ü desenvolvimento de monoculturas;
ü dependência dos mercados externos;
ü esgotamento dos solos;
ü revoltas sociais, outros...
Como exemplos de plantation, no Brasil, podemos citar: cana-de-açúcar, cacau, café.
A agropecuárias em países desenvolvidos
De maneira geral, a agricultura e a pecuária são praticadas de forma intensiva, com grande utilização de técnicas biotecnológicas modernas. Em razão disso, é pequena a utilização de mão-de-obra no setor primário da economia (conforme tabela acima).
Nesses países, além dos elevados índices de produtividade, obtém-se também um enorme volume de produção que abastece o mercado interno e é responsável por grande parcela do volume de produtos agropecuários que circulam no mercado mundial. Uma quebra de safra de qualquer produto cultivado nos Estados Unidos tem reflexos imediatos no comércio mundial e na cotação dos produtos agrícolas.
A agropecuárias em países subdesenvolvidos
Nos países subdesenvolvidos é impossível estabelecer generalizações, já que os contrastes verificados entre os membros desse bloco repetem-se também no interior dos próprios países, onde convivem lado a lado, modernas agroindústrias e pequenas propriedades nas quais se pratica a agricultura de subsistência.
Tanto nos países subdesenvolvidos cuja base econômica é rural, como nas regiões pobres dos países subdesenvolvidos industrializados, há um amplo predomínio da agricultura de subsistência contrastando com o sistema de plantation. Essa situação é uma herança histórica do período em que esses países foram colônias. Desde então, excluem a população dos benefícios econômicos atingidos.
O setor primário constitui a base da economia nesses países. Como se pratica uma agricultura predominantemente extensiva, o percentual da população economicamente ativa que trabalha no setor primário é sempre superior a 25%, atingindo, às vezes, índices espantosos. Porém, isso não significa que esses países são os maiores produtores de alimentos, bem como também não são grandes exportadores.
A maior quantidade de alimentos por trabalhador agrícola não é produzida pelos países com maior concentração populacional no campo. Ao contrário, a alta produtividade é característica dos países mais urbanizados, mais industrializados, mais mecanizados e com maiores investimentos em pesquisas tecno-científicas. Isso permite-nos afirmar que, os países ou regiões onde a economia tem por base a produção agrícola são os que passam por maiores dificuldades econômicas e, por conseguinte, são os países onde a maioria de sua população tem problemas (grave as vezes) de desnutrição ou subnutrição.

4 – A AGROINDÚSTRIA
I. A agroindústria é o conjunto de atividades relacionadas à transformação de matérias-primas provenientes da agricultura, pecuária, aqüicultura ou silvicultura. O grau de transformação varia amplamente em função dos objetivos das empresas agroindustriais.
II. Para cada uma dessas matérias-primas, a agroindústria é um segmento da cadeia que vai desde o fornecimento de insumos agrícolas até o consumidor. Em comparação a outros segmentos industriais da economia, ela apresenta uma certa originalidade decorrente de três características fundamentais das matérias-primas: sazonabilidade, perecibilidade e heterogeneidade.

19/02 : 5ª AULA
1 Na Aula 5, definir o termo apropriação e aplicar o conceito ao espaço geográfico rural. Mostrar que esse processo teve ampla utilização com a expansão colonial européia, que se apropriou das terras da América e em grande parte da Ásia, África e Oceania.
2 2. Comentar que, com a Revolução Industrial e a consolidação do capitalismo, esse processo de apropriação foi organizado e legalizado, já que o Estado estava sob o controle das classes sociais que dominavam o capital, representado pela terra, pelos recursos minerais, pela produção agrícola e industrial. Dessa forma o espaço rural foi apropriado por uma minoria social, em detrimento da grande massa de população que vivia na zona rural.
3 Explicar o que é questão agrária. Comentar rapidamente como ela foi resolvida nos Estados Unidos (há um mapa mostrando a redução das terras indígenas daquele país). Analisar a situação na América Latina, mostrando que aqui o confronto mais recente se realizou entre os latifundiários e as grandes massas de camponeses formadas pelos escravos libertos e pelos imigrantes.
4 Comentar que, ao longo do século XX, tanto a população rural quanto a concentração de propriedades foram ampliadas, gerando um crescente descontentamento e agravando a questão agrária brasileira. Relacionar as leis da década de 1960 ao quadro que encontramos hoje, com o fim do colonato e a expulsão dos trabalhadores do campo.
5 Analisar a questão agrária no Brasil enfocando a péssima distribuição das propriedades, concentradas nas mãos de 1% de proprietários que detêm mais da metade do espaço agrícola nacional. Descrever as origens desse fato na época colonial, sem muitos detalhes históricos, associando-as à economia açucareira.
6 Mostrar a mudança de eixo da economia colonial, no século XIX, com o desenvolvimento da cafeicultura. Analisar as conseqüências da decadência do processo escravocrata nessa economia e o incentivo à imigração de europeus, como mão-de-obra assalariada, para substituir os escravos.
7 Fazer um breve histórico do caminho do café pelo Sudeste, sua passagem pelo Vale do Paraíba e sua interiorização pelo oeste do estado de São Paulo. Explicar as principais conseqüências disso, destacando a formação da elite de ricos fazendeiros, seu domínio sobre a política da época a rápida expansão da malha ferroviária (para isso, há um mapa no Caderno).
8 Comentar a coexistência da agricultura de subsistência com a produção cafeeira, relacionando-a a sistema de colonato. Explicar as conseqüências das leis posteriores a 1964, que deram a todos os trabalhadores os mesmos direitos, destacando o aumento do êxodo rural, o crescimento das migrações para o Centro-Oeste em busca de terras e o surgimento dos sem-terra.
9 Resolver os exercícios 1 e 2 da Apostila-caderno. Recomendar a leitura da Tarefa Mínima. Recomendar os exercícios da Tarefa Complementar.

ESQUEMA DA 5ª AULA DIA 19/02
CAP 01: O ESPAÇO GEOGRÁFICO RURAL
1 – APROPRIAÇÃO DO ESPAÇO RURAL
I. O que se percebe nos últimos anos em todos os cantos do mundo, é a apropriação do espaço rural pelas grandes empresas agrícolas.

2 – A QUESTÃO AGRÁRIA NO BRASIL
Breve Histórico
I. A partir do descobrimento, em 1500, até 1822 as terras brasileiras eram controladas pela Coroa Portuguesa, que repassava o direito de uso da terra de acordo com a confiança, conveniência e interesse. A distribuição de terras era utilizada como meio de ocupar as áreas desabitadas e principalmente para facilitar o controle do território. E por fim o uso agrário para produzir produtos tropicais apreciados na Europa, foi nesse período que foram introduzidos as plantations (grandes propriedades rurais que utilizavam mão-de-obra escrava na qual cultivava uma única cultura com destino à exportação).
II. A distribuição de terras no período colonial produziu terras devolutas, que corresponde às terras que a coroa cedeu às pessoas, no entanto, não foram cultivadas e dessa forma foram devolvidas, hoje essa expressão não é mais usada, pois é denominado de terras inexploradas.
III. De 1822 a 1850, ocorreu no Brasil a posse livre das terras devolutas, uma vez que não haviam leis que regulamentasse o direito do uso da terra, nesse momento não existia valor de troca, ou seja, compra e venda, somente era utilizada para o cultivo.
IV. A liberdade para obter as terras devolutas não favoreceu o surgimento de pequenas e médias propriedades rurais, pois os escravos recém libertados não tinham acesso ao uso da terra e nem mesmo os imigrantes, que ficou limitado à entrada no país somente para a ocupação urbana.
V. Com a expansão da produção cafeeira, no ano de 1850, e também com a lei de Eusébio de Queiroz, em que vetou a prática de tráfico negreiro, o governo brasileiro incentivou a entrada de imigrantes europeus para substituir a mão-de-obra escrava.
VI. O governo criou, em 1850, a lei de terras, com intuito de oferecer mão-de-obra aos fazendeiros produtores de café, a lei eliminou as possibilidades de aquisição de terras por parte dos imigrantes estrangeiros, isso os levava a trabalhar com baixos salários. A lei de terras garantiu que as terras devolutas se tornassem propriedade do Estado, podendo ser negociadas apenas através de leilões, mas somente os grandes latifundiários tinham condições de adquirir tais terras, além daqueles que tinham dinheiro para investir.
VII. A lei de terras, que garantia a venda de terras em leilões, também relatava que todo recurso derivado desses leilões serviria para custear a vinda de novos imigrantes europeus e asiáticos para trabalhar no Brasil. Muitos imigrantes vinham para o Brasil com promessas de adquirir terras, mas isso não acontecia, ao chegar ao país eram levados às fazendas para trabalhar, essas eram os únicos lugares que ofereciam emprego.
VIII. A partir desse momento a terra deixou de ser utilizada somente para o cultivo e passou a ser moeda de troca (compra e venda) podendo ser um patrimônio particular, em suma, transformou em símbolo de poder e acentuou as desigualdades fundiárias no Brasil.
IX. Nesse momento começou no Brasil a prática de escravidão por dívida que naquela época atingia os imigrantes estrangeiros, e atualmente as pessoas de baixa renda. Essa prática vem desde o século XIX até a atualidade. No ano de 1872, o governo alemão vetou a imigração para o Brasil.
X. Somente em 1988, que a Constituição passou a prever a expropriação de terras e realizar reforma agrária em fazendas que utilizavam mão-de-obra escrava, momento em que a escravidão no país foi reconhecida.

A – ORÍGEM DO PROBLEMA
I. A desigualdade social e a concentração fundiária têm marcado a sociedade brasileira e tem sua origem desde o processo de colonização portuguesa que instaurou o regime de sesmarias que, era o regime de posse da terra vigente em Portugal e que foi transplantado para o Brasil. Nesse regime o agricultor tinha o direito de posse e o rei (ou o Estado) mantinha o domínio das terras.
II. No entanto, no período de colonização apenas os brancos, “puros de sangue” e católicos tinham o direito à posse da terra, enquanto que escravos, índios, judeus, mouros, etc. não tinham o mesmo direito. Assim, os senhores de engenho, que eram “puros” obtinham uma grande área para plantar cana-de-açúcar, enquanto a maioria da população não tinha o direito da posse pela terra, pois eram escravos e índios.
III. O modelo colonial no Brasil se constituiu por meio de três componentes fundamentais na organização social, quais sejam: a grande propriedade fundiária, a monocultura de exportação e o trabalho escravo.
IV. Nesse contexto, é importante destacar que a forma familiar de produção agropecuária sempre esteve presente desde o processo de ocupação do Brasil, no entanto, a produção familiar existia de uma forma subordinada à grande propriedade, produzindo principalmente produtos alimentícios, como cereais para a subsistência e para o consumo de pequenos mercados locais, pois, as grandes lavouras, na época, só produziam cana-de-açúcar para ser escoado para Portugal.

B – OCUPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO SUL DO BRASIL
I. Análise do tema baseado no livro pág. 21 e 22.

C – REFORMA AGRÁRIA
I. A reforma agrária é um sistema que busca distribuir terras para pessoas que não possuem moradia. É um processo que se fez necessário por causa da grande quantidade de terras concentradas nas mãos de poucos e isso se deu desde o período da colonização quando as terras foram distribuídas de forma injusta e ainda sem produzir.
II. Além de buscar a distribuição justa de terras, a reforma agrária busca descentralizar e democratizar a estrutura fundiária, favorecer a produção de alimentos e a partir deles obter-se comida e renda, diversificar o comércio rural, reduzir a migração e promover a cidadania e a justiça social. O governo através de desapropriações e compras de terras tenta erradicar os latifúndios (propriedades improdutivas) para distribuí-las de forma que se tornem fonte de sustento e renda.
III. Infelizmente a reforma agrária encontra grandes dificuldades em ser aplicada, pois existem grandes proprietários de terras que conseguem legalmente dificultar ou impedir a desapropriação de suas terras ou ainda utilizam a jurisprudência para ganharem pagamentos extremamente acima do preço por suas terras a serem desapropriadas. Apesar de tais dificuldades, o grande empecilho da reforma agrária é o custo dos assentados para o governo, já que ao distribuir a terra o governo financia materiais e maquinários para a iniciação do plantio e isso com baixos juros. Também é necessário que o governo disponibilize estradas e caminhões para o escoamento da produção tornando o processo bastante caro.
IV. A reforma agrária diante de tantas dificuldades, busca no desenvolvimento capitalista enfatizar o problema dos sem-terra e as pessoas em estado de miséria que vive no campo. Para o desenvolvimento capitalista ocorrer com excelência exige que as terras sejam redistribuídas e que o campo seja modernizado para que a economia do mercado não fique defasada (já que os grandes centros urbanos necessitam do trabalho rural para ser sustentado).

D – SITUAÇÃO ATUAL
I. Se o governo reconhecer que o MST não é o inimigo que se impõe derrotar, mas quando muito, um adversário no campo político que há que se respeitar e, até mesmo, um aliado conjuntural em circunstâncias concretas na execução de reforma agrária, um grande passo terá sido dado.
II. Se o MST entender que o governo que combate no plano político tem compromissos verdadeiros no campo de reforma agrária e que quer executá-los com determinação, seriedade e respeito às suas próprias propostas, outro passo importante, no sentido da convergência, também terá sido dado.
III. Trata-se não de arriar bandeiras ou de impor ultimatuns, mas sim de se construir juntos, com perseverança e inesgotável paciência, o caminho do entendimento possível.
IV. Enfrentando e desarmando, a cada passo, escaramuças e “intifadas”. Práticas sociais terão que ser entendidas e respeitadas. Limites políticos terão que ser compreendidos e observados.
V. O caminho é possível de ser andado. O presidente já sinalizou que quer trilhá-lo. Todos os que neste país sonham com a justiça social esperam que ele seja percorrido e que se vá transformando, a cada passo dado. Primeiro em estrada acanhada, depois na grande avenida do entendimento profícuo, em benefício de reforma agrária que reclama o nosso país

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