terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O BRASIL URBANO : AS CIDADES MÉDIAS CRESCEM !

Cinco cidades concentraram 25% do PIB em 2006, aponta IBGE
CIRILO JUNIOR

da Folha Online, no Rio, 16/12/08
Cinco cidades do país --São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Curitiba-- concentravam, em 2006, cerca de 25% do PIB (Produto Interno Bruto) do país, segundo levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado nesta terça-feira.
Os dados apontam que 34,4% da riqueza foi produzida nas capitais brasileiras. Desse total, 19,4% coube à região Sudeste; 5,1% foram relativos ao Centro-Oeste; 4,5% ao Nordeste; 2,9% ao Sul, e 2,5% à região Norte.
A concentração fica ainda mais evidente se for levado em consideração que metade do PIB foi gerado por 50 cidades, que representam 30,1% da população.
Se comparado ao verificado em 2002, constata-se que houve pouca alteração neste quadro. Naquele ano, quatro municípios agregavam 25% do PIB, e 40 cidades eram responsáveis por metade da renda gerada.
São Paulo continuou liderando a geração de riquezas no país, concentrando 11,9% do PIB, pouco abaixo dos 12,2% verificados em 2005.
O Rio de Janeiro vem em seguida, com 5,4% do total do PIB, ante 5,5% verificados no ano anterior. Brasília (3,8%), Belo Horizonte (1,4%) e Curitiba (1,4%) completam a lista dos municípios com maior participação no PIB nacional.
Concentração de capitais
No ranking das dez cidades com maior PIB do país em 2006, oito são capitais: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG),Curitiba (PR), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Guarulhos (SP), Barueri (SP) e Salvador (BA).
Ainda de acordo com o IBGE, 10% das cidades com maior PIB geraram 24,4 vezes mais riqueza que os 50% dos municípios com menor PIB.
Entre as capitais, apenas Florianópolis (SC) não liderou a geração de riquezas em seu Estado. Em Santa Catarina, a liderança ficou com Joinville, que é a cidade mais populosa do Estado. Florianópolis representou apenas 7,2% do PIB de Santa Catarina, o que revela maior autonomia do Estado em relação à capital.
Quadro bastante diferente do que é representado por Manaus, cujo PIB correspondeu a 81,5% do total do Amazonas. Em Roraima, Boa Vista representou 71% do PIB, patamar pouco acima do verificado no Amapá, onde 64% do PIB ficou concentrado no Macapá.
Regiões
O IBGE revela que o Rio de Janeiro vem reduzindo a dependência da capital de forma significativa, embalado pelo desenvolvimento econômico do Norte Fluminense. Em 2006, o PIB gerado pela cidade do Rio de Janeiro representou 46,5% do total do Estado. Em 2002, a capital fluminense era responsável pela geração de 53,1% do total de riquezas do Estado.
Por regiões, o IBGE constatou que a concentração da geração de riquezas foi mais forte no Norte, onde apenas seis cidades -- Manaus (AM), Belém (PA), Porto Velho (RO), Barcarena (PA), Macapá (AP) e Paraupebas (PA) -- foram responsáveis por 50% do PIB daquela parte do país.
No Sudeste, 14 municípios geraram cerca de 50% da renda local. Somente São Paulo foi responsável por 21% do total.
A soma da geração de riquezas oriundas de Salvador (BA), Fortaleza (CE), Recife (PE) e São Luiz (MA) representou 24,5% do total observado no Nordeste.
No Sul, responderam por aproximadamente 25% do total os municípios de Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Joinville (SC), Canoas (RS) e Caxias do Sul (RS). Metade das riquezas foram geradas em 27 cidades da região.
Já no Centro-Oeste, excluindo-se Brasília (DF), que representava 43% do PIB da região, verificou-se que cerca de 20% da renda foram oriundos de Goiânia (GO) e Campo Grande (MS).
O menor PIB do país foi constatado em Santo Antônio dos Milagres (PI), antecedido por São Miguel da Baixa Grande (PI), Olho D'Água do Piauí (PI), Quixabá (PB) e São Félix do Tocantins (TO).

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

A POPULAÇÃO BRASILEIRA PODERÁ DECRESCER A PARTIR DE 2040 !

O Brasil vai ultrapassar a marca de 200 milhões de habitantes em 2015, mas a população brasileira vai começar a diminuir a partir da virada da década de 2030 para a de 2040. É o que mostra a mais recente revisão da Projeção da População, divulgada ontem pelo IBGE.
A reportagem é de Alexandre Rodrigues e Alexandre Gonçalves e publicada no jornal O Estado de S.Paulo, 28-11-2008.
A última estimativa feita pelo instituto, em 2004, já previa um crescimento desacelerado da população, mas a perspectiva era de que os brasileiros somariam 260 milhões em 2050. Novos dados que indicaram queda maior na fecundidade, acentuados pela tendência de alta da expectativa de vida do brasileiro, levaram o IBGE a concluir agora que, em 42 anos, a população brasileira será de 215,2 milhões, já decrescendo.
O estudo inova ao indicar que a curva da evolução demográfica brasileira vai começar a cair a partir de 2039, quando o País atingirá o pico de 219.124.700 habitantes. Naquele ano acontecerá o que os demógrafos chamam de “crescimento zero”. A partir de 2040, esse número vai cair para 219.075.130, num sinal da superação dos nascimentos pelo número de mortes. A tendência declinante continua até 2050, quando seremos 215.287.463 brasileiros.
A queda da taxa de evolução demográfica que vai levar ao crescimento negativo da população é fruto da redução ainda mais acentuada do número de filhos por mulher. Em 2004, acreditava-se que a média ficaria em 1,85 por mulher em 2050. Mas dados mais recentes do IBGE indicaram que a taxa de fecundidade atual de 1,86 vai cair ainda mais e se estabilizar em 1,5 filho por mulher a partir de 2028.
Ubaldina Oliveira teve 11 irmãos, 3 filhas e, agora, só há uma criança na família: a neta Letícia. Ela avalia que a principal razão para a queda na taxa de natalidade são as exigências da profissão, especialmente sobre a mulher. Mas lamenta o envelhecimento da família. “Uma casa com crianças tem muito trabalho, mas também muita alegria”, afirma. “Nossos jovens de amanhã estão desaparecendo.”
O aumento da expectativa de vida e o conseqüente envelhecimento da população elevará a taxa de óbitos. O Brasil tem hoje 189,6 milhões de habitantes. Se a média do crescimento da população tivesse se mantido nos patamares da década de 1950, teríamos hoje 105 milhões de brasileiros a mais. Isso não aconteceu porque a taxa de crescimento, que vem caindo nas últimas décadas e atualmente está em torno de 1,21%, será de aproximadamente -0,25% em 2050.
Os dados projetam alterações significativas na pirâmide etária do Brasil, que se aproxima com velocidade do perfil dos países desenvolvidos (mais informações nesta página).
Outro fator que influencia a redução do ritmo de crescimento da população é o aprofundamento das taxas de mortalidade entre homens jovens. Em 2000, a chance de morte de um homem entre 20 e 24 anos era 4 vezes maior do que a de uma mulher na mesma faixa. Essa proporção pode ultrapassar 5,5 vezes.
Os números mostram a alta exposição desse grupo a causas fatais externas, como violência urbana e acidentes de trânsito. “Sem esse fato, a expectativa de vida do homem brasileiro poderia ser de 2 ou 3 anos a mais”, disse o gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE, Juarez de Castro Oliveira.
Esse componente demográfico masculino acentua a maioria de mulheres na população. Segundo a projeção, o excedente feminino atual de 3,4 milhões vai dobrar até 2050, quando haverá 93,9 homens para cada 100 mulheres. Atualmente essa relação é de 96,4 para cada 100.
A projeção mostra ainda que o Brasil avançará mais rapidamente na redução da mortalidade infantil. O País poderá atingir até 2020 o indicador de 15,3 mortos por 100 mil nascidos vivos. Essa é uma das oito metas do milênio, oficializadas por vários países perante as Nações Unidas para serem cumpridas até 2015. Atualmente, essa taxa é de 23,3 por 100 mil. Em 2050, deve cair para 6,4. Numa projeção mais longa, se estabilizaria em 3,3 a partir da década de 2080.

domingo, 23 de novembro de 2008

A CRISE DO BRASIL COM O EQUADOR !

O que irrita Lula é o fato de que o seu governo tratou Correa - e todos os demais governantes sul-americanos, de direita, de esquerda, de centro, de centro-esquerda- com o máximo de atenção, cortesia e disposição para ouvir queixas e tentar resolvê-las. A atenção e a cortesia foram ainda maiores para com presidentes de países mais pobres (Bolívia, principalmente). "Se um governo amigo nos trata dessa maneira, como seria o comportamento de um governo inimigo, se o tivéssemos?" – indaga Marco Aurélio.
A reportagem é de Clóvis Rossi e publicada na Folha de S.Paulo, 22-11-2008.
Era uma vez um tempo em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silvia dizia: "Se eu não briguei com o Bush, não vou brigar com ninguém". Esse tempo acabou ontem, no momento em que Lula instruiu o chanceler Celso Amorim a chamar para consultas o embaixador brasileiro em Quito, Antonino Marques Porto, no que equivale, para usar a linguagem do próprio presidente, a brigar com Rafael Correa, o presidente equatoriano.
Não deixa de ser uma ironia que o presidente que não brigou com Bush, teoricamente seu antípoda ideológico, entre em conflito justamente com um mandatário com o qual tem afinidades ideológicas, na medida em que Correa faz parte da leva de governantes de esquerda/centro-esquerda que se elegeram na América do Sul neste século, ainda que a maioria deles tenha adotado políticas que só uma licença poética poderia chamar de esquerdistas.
Mas a divergência com Correa não é de conteúdo, é de forma. Traduzindo: o governo brasileiro não questiona o direito de Correa de contestar o empréstimo de US$ 243 milhões contraído no BNDES - o motivo da "briga".Mas diverge radicalmente da forma como foi feita a operação. Correa não teve a delicadeza básica de telefonar para Lula ou para o Ministério brasileiro das Relações Exteriores para consultar ou, pelo menos, avisar que estava recorrendo à arbitragem internacional para tentar não pagar o empréstimo.
"Os telefones em Quito funcionam", ironiza, por exemplo, Marco Aurélio Garcia, o assessor internacional do presidente Lula e interlocutor assíduo dos governantes sul-americanos.
Em outra moeda
O que irrita Lula é o fato de que o seu governo tratou Correa - e todos os demais governantes sul-americanos, de direita, de esquerda, de centro, de centro-esquerda- com o máximo de atenção, cortesia e disposição para ouvir queixas e tentar resolvê-las. A atenção e a cortesia foram ainda maiores para com presidentes de países mais pobres (Bolívia, principalmente). "Se um governo amigo nos trata dessa maneira, como seria o comportamento de um governo inimigo, se o tivéssemos?" - indaga Marco Aurélio.
O antecedente mais próximo da situação agora criada com o Equador foi a nacionalização do gás na Bolívia, pouco depois da posse de Evo Morales. Não pela nacionalização em si, que Lula disse ter entendido perfeitamente, mas pela maneira como Morales se comportou em seguida: deu uma entrevista coletiva em Viena, à margem da cúpula União Européia-América Latina e Caribe, para criticar duramente o Brasil e a Petrobras, enquanto Lula viajava de Brasília para Viena.
O presidente brasileiro, antes de responder, pediu a fita da entrevista, para não basear-se em interpretações dos jornalistas. Quando se encontrou com o colega boliviano, no dia seguinte, avisou: "Não ponha uma espada na minha cabeça para negociar".
Evo Morales pôs a espada de lado, embora as divergências Brasil/Bolívia continuem em muitos pontos, mas todos sendo tratados em negociações nas quais o governo brasileiro não tem sido surpreendido, ao contrário do que ocorreu com Rafael Correa agora. Exatamente pela falta de antecedentes, é difícil antecipar o que acontece agora que Lula resolveu "brigar" pela primeira vez em seus praticamente seis anos de governo.
Mas, no governo brasileiro, o que se diz é que a bola está com Correa. Cabe a ele o próximo gesto, se de apaziguamento ou de radicalização.
Ao chamar o embaixador em Quito a Brasília para consultas, Lula está implicitamente avisando que está pronto para radicalizar também, contrariando o estilo "paz e amor", que adotou para vencer a eleição em 2002 e ampliou para as relações internacionais.

Correa, de acordo com assessores de Lula, afirmou no telefonema "lamentar profundamente" o fato de que suas ações e declarações possam ter trazido "ruído" ou "desentendimento" nas relações entre os dois países. O equatoriano não pediu desculpas, nem sinalizou recuo, mas terminou a conversa com elogios a Lula.
A reportagem é de Letícia Sander e Fabiano Maisonnave e publicada no jornal Folha de S.Paulo, 23-11-2008.
O presidente do Equador, Rafael Correa, telefonou na manhã de ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na tentativa de evitar desgaste ainda maior na relação entre os dois países, aprofundado com a decisão de Quito de recorrer a uma corte internacional para suspender o pagamento de uma dívida de US$ 243 milhões com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
A conversa, segundo avaliação de integrantes do governo brasileiro, não foi produtiva. Lula demonstrou "profunda insatisfação" com a forma e o conteúdo da atitude de Correa e avisou que ouvirá o embaixador Antonino Marques Porto, chefe do corpo diplomático do Brasil em Quito, e o próprio BNDES antes de tomar uma decisão sobre o contencioso.
Disse ainda que sua resposta será comunicada pelas vias diplomáticas. Correa, de acordo com assessores de Lula, afirmou no telefonema "lamentar profundamente" o fato de que suas ações e declarações possam ter trazido "ruído" ou "desentendimento" nas relações entre os dois países. O equatoriano não pediu desculpas, nem sinalizou recuo, mas terminou a conversa com elogios a Lula. Disse que o brasileiro é uma referência para a geração dele, e que tem admiração pelo petista.
O gesto não convenceu Lula. De acordo com assessores, o brasileiro deixou claro no telefonema que a conversa não colocava fim à crise. Lula ficou especialmente irritado com a forma com que Correa anunciou o recurso à corte internacional, num evento público, sem prévia consulta nem notificação ao governo brasileiro, apesar de recentemente os dois dirigentes terem se encontrado. Interlocutores de Lula disseram que a conversa não foi tensa nem antipática, mas não houve avanço. Desde sexta Correa tentava o contato, mas o telefonema só ocorreu às 10h.Incompreensível
Pouco depois da conversa, Correa classificou a retirada do embaixador "incompreensível" e "lamentável", já que o recurso à arbitragem internacional está previsto no contrato e, portanto, deveria ser considerado uma questão comercial.
"Se querem converter um problema comercial e financeiro num incidente diplomático, isso é responsabilidade exclusiva do Brasil. Sempre teremos os braços abertos para o embaixador do Brasil, para o povo do Brasil e para o querido presidente Lula da Silva", disse, em seu programa semanal via rádio, TV e internet. O equatoriano disse que o problema começou com a Odebrecht, "que, quanto mais cavamos, mais cheira mal. E também tem a ver com o financiamento para esse crédito."
"O que fez Equador? (...) Pela primeira vez, não é uma empresa privada que recorre à arbitragem, mas nós recorremos à arbitragem contra a empresa e a financiadora, que é o BNDES. Como diz o contrato."
Sobre o telefonema, Correa relatou ter dito ao colega brasileiro que "respeitamos, mas não concordamos [com a decisão]". "Não desistiremos de seguir defendendo os interesses do país, custe o que custar."Anteontem, o governo brasileiro anunciou a convocação para consultas do embaixador do Brasil em Quito, medida considerada hostil na diplomacia. O chanceler Celso Amorim deixou claro que o gesto representava um protesto do Brasil pela decisão unilateral de Correa de ir à Corte Internacional de Arbitragem de Paris para suspensão do pagamento da dívida com o BNDES.
O empréstimo foi concedido pelo banco para a construção da hidrelétrica San Francisco, obra da brasileira Odebrecht contratada pelo governo equatoriano e paralisada no primeiro ano de operação devido a problemas estruturais. Irritado com o impasse nas negociações sobre a responsabilidade dos problemas na usina, Correa rescindiu os quatro contratos da empresa em execução no país, alegando irregularidades.
Anteontem, Amorim sinalizou que todos os acordos de cooperação bilateral poderão ser afetados, como retaliação.

O presidente do Equador, Rafael Correa, recebeu nesta quinta-feira uma auditoria internacional sobre a dívida pública do país e afirmou que irá procurar “não apenas sancionar os culpados, mas também não pagar a dívida ilegítima, ilegal e corrupta”. O relatório é “contundente” e lhe permitirá tomar decisões “no futuro”, assinalou. A reportagem é de Néstor Restivo e publicada no jornal argentino Clarín, 21-11-2008.

A tradução é do Cepat.
Este jornal adiantou que a auditoria, da Comissão para a Auditoria Integral do Crédito Público (CAIC), detectou várias irregularidades. Há uma semana, valendo-se de um período de carência até o dia 15 de dezembro, Correa postergou o pagamento dos juros de um bônus até ter dados sobre a sua legalidade.
A criação da CAIC foi uma das primeiras medidas tomadas por Correa ao assumir o cargo em 2007, que, passados três meses, disse que não pagaria o que não devia. Como em toda a América Latina, a dívida significou uma constante sangria de divisas e impedimentos para o desenvolvimento.
Segundo o economista Alberto Acosta, da FLACSO e ex-ministro de Correa, entre 1982 e 2000, quando em meio a uma grande crise o país decidiu dolarizar a sua economia, o Equador pagou 76 bilhões de dólares em capital e juros e recebeu desembolsos de 66 bilhões de dólares, o que resultou num saldo negativo de 10 bilhões de dólares. Hoje, deve 13 bilhões de dólares entre bônus, dívida bilateral, interna e a organismos.
O argentino Federico Sturzenegger, por sua vez, contou que o Equador já deu seis vezes o calote da dívida. Mas hoje não há calote, mas um impasse até ver a auditoria, esclareceu a ministra da Economia, Maria Viteri.
A CAIC calcula que 3,860 bilhões de dólares, correspondentes aos Bônus Global 2012, 2015 e 2030, estão mal computados. São títulos que vencem por estes anos e que substituíram os Bônus Brady.
Correa juntou reservas em divisas que equivalem a mais de 50% da dívida e baixou esta para 25% do PIB (chegou a 100%, nos anos 90), mas mesmo assim continua sendo alta, mais ainda num contexto de queda dos preços do petróleo e de diminuição das remessas de emigrados, duas importantes fontes do país para sustentar a dolarização.
Quatro argentinos fizeram parte da CAIC: Miguel Espeche Gil, Salvador María Lozada, Alejandro Olmos, cujo pai homônimo investigou a ilegalidade da dívida externa argentina, comprovada mas prescrita, e Alfredo Carella.
Espeche Gil disse ao Clarín: “Houve assentos duplos, pagamento de dívidas vencidas (diziam que deviam ser pagas do mesmo jeito para não perturbar as negociações), estatização de dívidas privadas, como na Argentina em 1982, e renúncia explícita para defender interesses nacionais: há contratos que não seriam válidos em nenhum país, menos ainda nos Estados Unidos”.
No processo estudado, desde a ditadura de 1972 até 2006, houve picos de alta na dívida nos mandados de Febres Cordero, Sixto Durán e Jamil Mahuad. Na Comissão, que contou com o apoio de juristas europeus e latino-americanos, esteve Eric Toussaint, do Comitê pela Anulação da Dívida do Terceiro Mundo.
Toussaint declarou: “Não apenas a dos bônus: a dívida com organismos como o Banco Mundial é ilegal. Correa poderia declarar em ato soberano a nulidade da dívida ou ajuizá-la e pedir que uma corte a investigue. Há mais de 50 ex-funcionários responsáveis”.
Nesta quinta-feira, Correa apontou ex-funcionários, mas também falou de responsabilidades dos Bancos Salomon Smith Barney e J.P. Morgan (que elabora o índice EMBI de “risco país”). E disse que pediria à ONU a formação de um tribunal de arbitragem.
O chefe da CAIC, Ricardo Patiño, não descartou uma renegociação com os credores. E disse à agência Reuters que uma quitação de 60% – como havia dito em 2007 – agora é “insuficiente”.
Os mercados voltaram a castigar os bônus equatorianos. O Global 2012 baixou para 24 centavos (em setembro valia 95 centavos) e seu juro subiu 70% em decorrência do risco. Na semana passada, as agências de classificação Standard & Poor’s e Moody’s baixaram a nota do Equador para seus clientes.
“Pagar ou não pagar é uma decisão mais política que econômica”, disse em Quito o broker Jorge Cherrez, do IB Corp. Em abril de 2009 haverá eleições, estipuladas pela nova Constituição, e Correa concorrerá à reeleição e procurará “dar sinais num momento de crise, mas no final das contas pagará”, opinou Pablo Dávalos, ex-vice-ministro da Economia ligado ao movimento indigenista, crítico de Correa.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O BRASIL TERA 254 MILHÕES DE HABITANTES EM 2050 !

Daqui a 42 anos o Brasil abrigará 254,1 milhões de habitantes, 60 milhões a mais do que a população atual do país. De acordo com dados do Fundo da ONU para a População, atualmente, com um total de 194,2 milhões de pessoas, a nação brasileira já ocupa a quinta posição entre as maiores do mundo em termos demográficos. Somente China, Índia, Estados Unidos e Indonésia têm populações que ultrapassam a do Brasil, segundo reportagem publicada nesta quinta-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Mas, segundo o levantamento, o Brasil deve perder posições no ranking, tornando-se apenas o sétimo maior, ao lado de Bangladesh. O quinto lugar passa a ser do Paquistão e o sexto, da Nigéria. O relatório informou ainda que, até 2010, a taxa de crescimento da população brasileira será de 1,3% ao ano - número pouco maior do que a média mundial e menor do que as previsões para os demais emergentes.
O mundo em 2050 também vai crescer. Segundo a ONU, a população mundial passará dos atuais 6,74 bilhões de pessoas para 9,19 bilhões. Assim, a China perderá o posto de país mais populoso para a Índia, que terá 1,6 bilhão de pessoas em vez dos 1,1 bilhão atuais.
Os continentes que mais devem crescer são a Ásia e a África. No total, a Ásia ganhará 1,2 bilhão de novos habitantes e a África dobrará de tamanho, passando de 987 milhões para 1,99 bilhão, em 2050.
Enquanto os países asiáticos e africanos registram um crescimento acelerado, os países europeus terão uma taxa negativa. Em 40 anos, o número passará de 731 milhões de pessoas para 644 milhões. A Alemanha ficará com 6 milhões de pessoas a menos, registrando uma população total de 74 milhões em 2040.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

CARTA ABERTA AO PRESIDENTE ELEITO BARACK OBAMA !

Acredito que muita gente neste MUNDO, gostaria de escrever uma CARTA ABERTA ao Presidente eleito dos EUA : Barack Obama !
Abaixo, uma destas cartas boas de se ler !

Carta aberta ao presidente eleito Barack Obama, de John A. Allen Jr.

"Apenas a título de informação, ninguém da equipe de transição de Obama solicitou a minha opinião sobre as relações com o Vaticano, e eu ficaria francamente surpreso se a questão já estivesse na tela do seu radar. Outros, entretanto, já estão especulando a respeito de como as coisas vão se ajeitar. Na quarta-feira, por exemplo, a Reuters mostrou uma reportagem predizendo uma relação 'enganosa' entre Roma e a Casa Branca de Obama por causa da questão do aborto. Como um exercício de raciocínio, eu decidi colocar no papel uma carta ao presidente eleito sobre os laços entre os EUA e o Vaticano para os próximos quatro anos".
O texto foi escrito por John A. Allen Jr., do National Catholic Reporter, 07-11-2008.

A tradução é de Moisés Sbardelotto.
* * * * *
Sr. Presidente eleito:
Esta carta é um pretexto para tornar as relações EUA-Vaticano, em sua administração, uma prioridade, em razão do enorme bem no mundo que pode ser realizado ao se explorar áreas naturais de interesse comum.
Eu estou ciente de que os astros podem não estão especificamente bem alinhados para tal colaboração. Um pequeno número de bispos católicos nos Estados Unidos fez afirmações durante a campanha que favoreceram seu oponente, o que pode ter deixado um pouco de gosto ruim entre alguns de seus apoiadores ou conselheiros. É também claro para todos que, excetuando uma dramática mudança de coração de sua parte, a Casa Branca e o Vaticano terão profundas diferenças durante o seu mandato sobre “assuntos de vida”, como o aborto e a pesquisa com células-tronco.
Eu gostaria de provocá-lo, entretanto, a não permitir que esses pontos obscureçam quatro realidades políticas básicas.
Primeiro, o Vaticano e os Estados Unidos precisam um do outro, independentemente de quais são suas diferenças em um dado momento histórico. O que os Estados Unidos são no campo do “poder duro”, isto é, na força militar e econômica coercivas, o Vaticano é em termos de “poder suave”, no sentido da capacidade de movimentar ações com base nas idéias. A religião é uma força motivadora poderosa nos afazeres humanos, e o papa tem o maior e mais potente púlpito do que qualquer outro líder religioso. É simplesmente ruim para todos se essas duas forças não dialogam em bons termos.
Segundo, é uma política inteligente para o senhor não negligenciar o Vaticano. Como o senhor sabe, em certa medida, a sua campanha de reeleição em 2012 já começou. O senhor venceu o voto católico em toda a parte desta vez, mas perdeu por pouco os católicos brancos. Trabalhar cooperativa e respeitosamente com o Vaticano pode ajudar o senhor e o seu partido com aquele grupo.
Terceiro, o Vaticano tem uma secular tradução diplomática de lidar com governos que, de uma forma ou outra, não seguem a linha da igreja sobre certos assuntos. Apesar desses desacordos, a diplomacia do Vaticano caracteristicamente se esforça por manter linhas abertas de comunicação e por buscar interesses comuns. Em outras palavras, eles desejarão negociar com o senhor onde eles puderem.
Quarto, o Vaticano está ansioso por boas relações com os Estados Unidos em particular, independentemente de qual partido esteja no poder. O Vaticano admira profundamente a robusta religiosidade dos Estados Unidos, em contraste com o secularismo difundido em boa parte da Europa. O Vaticano também acredita que os Estados Unidos são o seu aliado mais natural na promoção da liberdade religiosa e da dignidade humano em todo o mundo.
O potencial de colaboração é muito real, porque há numerosas áreas em que as suas posições políticas são compatíveis com o ensino social da igreja católica e os interesses diplomáticos do Vaticano. Entre os exemplos mais óbvios, estão a imigração, a justiça econômica, a paz e a proteção do meio ambiente. Em uma declaração de felicitação ao senhor nesta semana, o porta-voz do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, também expressou o desejo do Vaticano de trabalhar juntos no Iraque, na Terra Santa, com as minorias cristãs no Oriente Médio e na Ásia e de lutar contra a pobreza e a desigualdade social.
Em cada área, o senhor irá encontrar um claro histórico comprovado de ensinamento dos recentes papas e uma forte determinação de parte do aparato diplomático do Vaticano para avançar. De fato, muitos desses tópicos representam áreas em que o Vaticano estava em conflito com a administração Bush e ansiava por uma nova liderança norte-americana.
O próprio Papa Bento XVI abriu claramente a porta para uma relação de trabalho positiva.
O papa enviou um telegrama na quarta-feira chamando sua eleição de “uma ocasião histórica” e ofereceu suas orações para que Deus “apóie o senhor e o povo americano em seus esforços, junto a todos os homens e mulheres de boa vontade, para construir um mundo de paz, solidariedade e justiça”. Lombardi, do mesmo modo, expressou sua esperança de que o senhor “será capaz de unir as expectativas e as esperanças dirigidas ao novo presidente, servindo efetivamente à justiça e aos direitos, encontrando as melhores maneiras de promover a paz no mundo, favorecendo o crescimento e a dignidade das pessoas com respeito pelos valores humanos e espirituais essenciais”.
O senhor se dá conta de que nem o papa nem seu porta-voz mencionaram explicitamente o aborto ou outras áreas de discordância, e certamente o tom deles sugere que o interesse por “questões de vida” não irá excluir a cooperação em outras áreas. Pelo contrário, o Vaticano parece estar fazendo tudo o que pode para animá-la.
Posso sugerir mais uma possibilidade da parceria entre os EUA e o Vaticano? Eu acredito que há uma oportunidade histórica para a sua administração e a Santa Sé de trabalhar juntos para mover a comunidade internacional, o máximo possível, rumo ao engajamento em favor da paz e do desenvolvimento na África.
O senhor é um herói em grande parte da África, o que lhe concede um grau de capital político no continente com o qual nenhum outro líder ocidental pode concorrer. Ao mesmo tempo, 2009 está sendo planejado para ser o “Ano da África” para o catolicismo global. Ao longo dos próximos 12 meses, o Papa Bento XVI irá visitar Camarões e Angola; os bispos africanos irão realizar sua assembléia plenária em Roma; e os bispos de todo o mundo irão se encontrar em Roma para o “Sínodo da África”. Tudo isso apresenta a possibilidade de uma sinergia entre os líderes políticos e espirituais mais importantes do mundo – isto é, o senhor e o papa – para promover a paz e o desenvolvimento para a África, onde se encontram os povos mais empobrecidos e abandonados do mundo.
Se o senhor está interessado em moldar essa parceria, a escolha mais importante a se fazer é sobre quem enviar ao Vaticano como seu embaixador. Idealmente, o senhor irá se voltar para alguém que tenha a sua consideração, que terá influência política real em sua administração e que também conheça o mundo católico. O que o senhor está procurando, em outras palavras, é um democrata equivalente a James Nicholson, o primeiro embaixador no Vaticano do presidente Bush. Nicholson atuou como presidente do Comitê Republicano Nacional e ajudou a guiar o alcance do partido entre os eleitores católicos. Bush enviou um claro sinal de que, com essa nominação, ele estava interessado no Vaticano, e esse é um caso em que caberia ao senhor seguir sua liderança.
Finalmente, uma última parte de conselho não-solicitado: senhor Presidente eleito, independentemente do que mais o senhor faça, por favor, tente evitar repetir os erros da última administração democrata com relação ao Vaticano.
Em suas memórias, o ex-embaixador no Vaticano, Raymond Flynn, conta uma deprimente história de 1994 ilustrando o que eu digo. Durante o período preparatório à conferência da ONU sobre população, no Cairo, em 1994, o Papa João Paulo II convocou Flynn ao Vaticano em um sábado pela manhã para, pessoalmente, solicitar uma conversa telefônica com o presidente Clinton. Flynn transferiu a solicitação urgente para a Casa Branca naquela tarde e não obteve resposta. Ele telefonou de novo no domingo e na segunda-feira, em ambos os casos sem resultados. Frustrado, Flynn, então, tomou um avião para Washington na terça-feira. Ele tomou um chá de banco do lado de fora no gabinete do presidente naquela noite e em grande parte da quarta-feira. Finalmente, ele foi admitido à sala de discussão pré-Cairo da Casa Branca, onde foi avisado pelo secretário-assistente de Estado, Timothy Wirth, de que “ninguém tem a chance de fazer lobby sobre o presidente desta vez”. Estupefato, Flynn explicou que o Bispo de Roma não era um lobista e que seria visto como um profundo ato de desrespeito se o presidente nem ao menos falasse com ele pelo telefone. Depois de quase uma semana, Clinton finalmente concordou em atender a ligação papal.
O episódio foi sintomático de um desinteresse básico da equipe de Clinton sobre o Vaticano, que às vezes se transformava em hostilidade. O resultado foi que a relação EUA-Vaticano durante os anos Clinton foi mais freqüentemente definida por diferenças previsíveis do que por áreas construtivas de propósitos comuns. Se lhe interessar, senhor Presidente eleito, meu conselho é atender ao telefone se o papa ligar. Melhor ainda, comece o senhor mesmo a conversa. O senhor pode se surpreender com onde ela vai parar.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O MUNDO VIVE DOIS DRAMAS : A CRISE FINANCEIRA E A CLIMÁTICA !

Há 15 dias, a Agência Americana de Oceanos e Atmosfera soou o alarme: a temperatura no Ártico está 5°C acima da média, um recorde que demonstra uma forte diminuição do banco de gelo, provocada pelo aquecimento global. O fenômeno, divulgado em meio a crise econômica americana, preocupa o economista e cientista político alemão Elmar Altvater, de 70 anos. “Nenhum cientista imaginou aumento da temperatura nesse patamar. E todo mundo só fala da crise financeira”, lamenta. Segundo ele, “o fenômeno é tão terrível quanto a questão econômica e ninguém está dando atenção”, completa. Altvater está no Rio até amanhã para uma série de palestras.
A reportagem é de Márcia Vieira e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 03-11-2008.
Não que a crise não seja preocupante. Mas o professor de ciência política da Universidade Livre de Berlim e autor do livro O fim do capitalismo como nós o conhecemos, lançado em 2006, ainda sem edição no Brasil, defende que os governos e a sociedade tenham a mesma atenção com a crise climática. Altvater prega uma mudança radical na produção econômica e no estilo de vida moderno para reverter o aquecimento global. “Não há dúvida que precisamos nos adaptar rápido a um novo tipo de vida. O mundo vive dois dramas: a crise financeira e a crise climática. As duas estão interligadas”, defende Altvater, um estudioso das relações entre economia e ecologia.
Ele defende um sistema de produção baseado no uso progressivo de energias alternativas, não poluentes, como a solar. “O que vai acontecer com o capitalismo depois desta crise ninguém sabe. Mas a única saída para a humanidade é o uso de energias renováveis.” O etanol é uma das possibilidades. Altvater compartilha a opinião de uma corrente de ambientalistas que ataca o uso do etanol porque as plantações de cana-de-açúcar, beterraba, milho e trigo roubam espaço da produção de alimentos.
“Se continuarmos com estilo de vida com base no carro, se nossa arquitetura não se adaptar ao clima de cada região e se não reduzirmos o uso de energia, nosso futuro não será bom. São mudanças que se fazem ao longo de 30 anos. Mas só depende de nós. Nós somos os arquitetos do nosso futuro.”

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

MUNDO PODE BANIR ENERGIA FÓSSIL EM 2090 !

O mundo poderia eliminar os combustíveis fósseis em 2090, poupando US$ 18 trilhões e criando uma indústria de energia limpa de US$ 360 bilhões A conclusão é de um relatório do Conselho Europeu de Energias Renováveis e da ONG Greenpeace.
O estudo detalha como mudar a matriz energética para estabilizar o clima. Segundo ele, seria necessário investir US$ 14 trilhões em renováveis até 2030. Nesse período, só o custo do carvão mineral seria de US$ 15,9 trilhões.
(Da Reuters) (Folha de SP, 28/10)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

CURSO DE ATUALIDADES - AULA 02


Aula Sobre GeopolÍtica E Conflitos Internacionais

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BRASIL TEM AS CIDADES MAIS DESIGUAIS DO MUNDO !

O Mapa Mental acima, se refere aos principais problemas Urbanos Brasileiros, e destaque na notícia abaixo:
As cidades brasileiras têm hoje as maiores desigualdades de distribuição de renda no mundo, num nível socialmente desestabilizador e economicamente insustentável. A constatação é do relatório "Estado das Cidades no Mundo 2008/2009", divulgado pela Agência das Nações Unidas para a Habitação. A entidade utiliza o coeficiente Gini, normalmente usado para medir desigualdade em nível nacional, para calcular as disparidades nas zonas urbanas, em rápida expansão em todo o mundo.



A notícia é do jornal Valor, 23-10-2008.
O relatório conclui que Goiânia (GO) é a cidade campeã mundial da desigualdade, seguida de Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza e Sao Paulo, além de Bogotá, capital da Colômbia, todas com coeficientes considerados extremamente altos para os padrões internacionais. Rio de Janeiro e Curitiba aparecem logo a seguir. De acordo com o estudo, 29% da população urbana do país vivia em condições de favelas em 2005 - com o percentual chegando a 40% na capital carioca -, sofrendo com falta de saneamento básico, áreas muito pequenas, insegurança etc.
A ONU aponta causas estruturais para o nível de desigualdade no país, mas também políticas inovadoras de governos de esquerda. Diz que, "surpreendentemente", processos democráticos que envolvem a participação popular, e onde grupos de mais baixa renda têm a capacidade de influenciar instituições e políticas, podem ter aumentado o problema, por não serem adaptados à situação local. Dá como exemplo a área metropolitana de Porto Alegre, onde diz que o nível de desigualdade aumentou entre 1991-2000. Para Eduardo López Moreno, principal autor do relatório, a desigualdade poderia ter sido ainda maior sem o modelo de participação popular.
Uma das teses do relatório indica que o melhor para as cidades é que tenham prefeitos que possam trabalhar em boa parceria com os governos estadual e federal, para definir não apenas estratégias, como ter realmente acesso a recursos para investimento. Atualmente, metade da população mundial já vive nas cidades e esse índice pode chegar a 70% em 2040.
Na América Latina, 70% da população já vive na zona urbana, mas a urbanização aumenta mais nas pequenas cidades. Outra característica da região é que o crescimento urbano é frequentemente resultado de pessoas mudando de uma cidade para outra, e não da área rural para a urbana. São Paulo, hoje a quarta megacidade do planeta, com 18, 8 milhões de habitantes, pode chegar a ter 21,5 milhões em 2025, pelas projeções das Nações Unidas.
Para dar uma idéia dos riscos ambientais com o inchaço das cidades, se nada for feito, a entidade atribui 58 mil mortes prematuras por ano à poluição do ar na área urbana na America Latina. O custo dos prejuízos causados pelas emissões teria sido de 0,5% do PIB em 2004.
O consumo de energia é outra preocupação da ONU. No Rio de Janeiro, chega a 15% a fatia da renda familiar usada pela população de baixa renda do Rio de Janeiro para pagar a conta de luz. O estudo nota que o aumento na emissão de gases de efeito estufa nas grandes cidades está mais relacionado ao consumo local do que à urbanização. Uma megacidade como Sao Paulo produz 10% das emissões de San Diego, nos EUA, mesmo se a cidade americana é três vezes menor que a capital paulista. Comparativamente, as emissões na America Latina são de 1,97 tonelada per capita, comparado a 11 toneladas nos países ricos.
A agência das Nações Unidas alerta também para o perigo da elevação do nível do mar, ainda mais que grande parte das populações vive próxima costa. No Brasil, correm risco os municípios de Fortaleza, Belém, Recife, Salvador e Rio de Janeiro.

domingo, 19 de outubro de 2008

TERREMOTO NO MÉXICO !

Terremotos só acontecem em áreas onde há instabilidade dos movimentos de placas. O Brasil, como não está no limite das placas, não está sujeito a estes eventos de instabilidades, apesar de não estar imine a teremotos, que neste caso, são causados pelas falhas geológicas.

TUXTLA GUTIÉRREZ, México (AFP) — Um terremoto de 6,2 graus na escala Richter foi registrado nesta quinta-feira no estado mexicano de Chiapas (sul), provocando uma onda de histeria, sobretudo em Tapachula, na fronteira com a Guatemala, informou a Defesa Civil, antecipando a ocorrência de danos materiais. Pouco depois do tremor, uma fonte da Unidade de Emergência da Defesa Civil de Chiapas indicou que a magnitude era de 6,2 graus na escala Richter. "Foi um tremor muito forte de 6,2 na escala Richter, até agora não temos informações sobre os danos", disse à AFP uma fonte dessa organização estatal. O tremor foi registrado às 14h41 locais (16h41 de Brasília), indicou a fonte.

sábado, 18 de outubro de 2008

HORÁRIO DE VERÃO ! ECONOMIA DE ENERGIA OU PACIÊNCIA COM O NOVO HORÁRIO ?

Os relógios deverão ser adiantados uma hora à meia-noite deste sábado nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país.
A medida ficará em vigor até a 0h do dia 15 de fevereiro de 2009.
Essa é a 38ª vez que a medida é implantada no país. A mudança afeta os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
A previsão para este ano é de uma redução de 4% a 5% na demanda no horário de pico. Isso geraria uma economia de 2,3 mil MW, o que equivale ao consumo de uma cidade de 6,5 milhões de habitantes.
No ano passado, o horário de verão foi responsável por uma economia imediata de cerca de R$ 10 milhões, valor bem inferior aos R$ 50 milhões poupados em 2006.
A menor economia foi resultado do baixo índice de chuvas de 2007, que levou o governo a colocar em funcionamento mais usinas termoelétricas para garantir o fornecimento de eletricidade. Para esta edição, o governo ainda não calculou quanto irá economizar.

Data fixa
A partir deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fixou datas para o início e para o término do horário de verão. Antes, anualmente, era publicado um decreto para definir o período da mudança. De acordo com decreto publicado em setembro último, a medida entrará em vigor sempre à 0h do terceiro domingo de outubro e vai até o terceiro domingo de fevereiro seguinte. Há, no entanto, uma ressalva: caso o terceiro domingo de fevereiro seja o de Carnaval, o encerramento do horário de verão fica para o próximo domingo.
Horário de verão
O horário de verão é adotado sempre nesta época do ano por causa do aumento na demanda, resultado do calor e do crescimento da produção industrial às vésperas do Natal. Nesse período, os dias têm maior duração por causa da posição da terra em relação ao sol, e a luminosidade natural pode ser melhor aproveitada.
O horário de verão foi adotado pela primeira vez no Brasil em 1931, com duração de cinco meses. Até 1967 a mudança no horário ocorreu nove vezes. Desde 1985, no entanto, a medida vem sendo adotada sem interrupções, com diferenças apenas nos Estados atingidos e no período de duração.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

CURSO DE ATUALIDADES AULA 01 - PARTE 2


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GEOGRAFIA E ATUALIDADES


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PRIMEIRA AULA DE ATUALIDADES 2008


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ANÁLISE DAS CAPAS DE REVISTAS EM 2008, QUE FALAM TUDO SOBRE O MUNDO E O BRASIL


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segunda-feira, 13 de outubro de 2008

DESAFIO DE GEOGRAFIA : 1º DE UMA SÉRIE !

Observe e analise a IMAGEM ACIMA: Ela mostra os Conflitos presentes no Mundo, e suas causas e consequências !
Q1) O fim da Guerra Fria gerou muitas expectativas sobre o início de uma nova era de ordem e estabilidade nos assuntos mundiais. Todavia, o período do pós-Guerra Fria se caracteriza por instabilidade e violência, especialmente no mundo em desenvolvimento. Muita coisa mudou, mas os assuntos centrais que definem as relações entre povos e Estados permanecem iguais. Como assinalou um comentarista: “As preocupações tradicionais sobre o equilíbrio do poder, alianças, corrida armamentista, dissuasão e confronto entre as grandes potências, deram lugar a uma nova série de preocupações sobre nacionalismo étnico, militância religiosa, degradação do meio ambiente, escassez de recursos, diplomacia preventiva, manutenção da paz, intervenção humanitária e conflitos em pequenos Estados."

De acordo com o mesmo autor, as "novas" preocupações refletem mudanças rumo a um nível mais reduzido de envolvimento no conflito – de acordo com um sistema internacional em transformação –, em vez de uma mudança fundamental nas causas da guerra.
Uma forma conveniente de organizar o pensamento sobre o que de outra maneira pareceria um universo caótico de conflitos contemporâneos é dividi-los em três níveis:

(1) Conflito de uma potência (País Poderoso);

(2) Conflito Regional; e

(3) Conflito Comunal.

EXPLIQUE CADA UM ACIMA CITADO, E EXEMPLIFIQUE-OS:
Responda para mim:

sábado, 11 de outubro de 2008

QUEM QUER SALVAR OS EUA DA CRISE ?

QUEM SE OFERECE PARA SALVAR OS AMERICANOS DE SUA CRISE QUE NOS CONTAMINA E NOS DEIXA SEM CRÉDITO ?
Depende de COMO, OS EUA, NOS VÊ!
G7 promete medidas para desbloquear crédito e evitar quebra de bancos
da Folha Online
Os países membro do G7 acordaram nesta sexta-feira tomar "todas as medidas necessárias para desbloquear o crédito e os mercados monetários" para que os bancos disponham de "amplo acesso à liquidez" (oferta de dinheiro).
O grupo dos sete países mais industrializados, reunido em Washington, anunciou a adoção de um "plano de ação" de cinco pontos para enfrentar a crise financeira internacional.
O plano pretende utilizar "todos os instrumentos à disposição" para impedir a quebra dos principais bancos, cuja falência teria repercussões sobre todo o sistema financeiro.
"O G7 concorda que a atual situação exige uma ação urgente e excepcional", destaca um comunicado do Tesouro dos Estados Unidos.
"Nos comprometemos a prosseguir trabalhando juntos para estabilizar os mercados financeiros, restaurar o fluxo de crédito e apoiar o crescimento econômico global".
O G7 também se compromete a fazer o necessário para desbloquear o mercado de crédito hipotecário e destaca a necessidade de se conceder aos bancos a capacidade de elevar seu capital junto aos setores público e privado, visando a restabelecer a confiança.
"As ações deverão ser adotadas de forma que protejam os contribuintes e evitem os efeitos potencialmente prejudiciais em outros países. Utilizaremos ferramentas de política macroeconômica quando for necessário e apropriado", afirma o grupo.
Em pronunciamento nesta sexta-feira, o presidente dos EUA, George W. Bush, disse que o sistema financeiro americano não está isolado do resto do mundo e atribuiu relevância às reuniões entre o governo americano e representantes do G7 e do G20 para coordenar os trabalhos de salvamento do sistema financeiro.
Bush destacou a preocupação dos cidadãos americanos com contas bancárias, investimentos e segurança econômica, mas afirmou que o governo está agindo e continuará a agir para resolver a crise e restabelecer a estabilidade no mercado financeiro.
O presidente disse ainda que os EUA dispõem de diversas ferramentas para lidar com a crise e as estão usando de forma "agressiva".
"Com a queda no mercado imobiliário, os ativos ligados sofreram muitas perdas, e por isso muitos bancos estão perdendo capital e confiança para fazer novos empréstimos. Isso fez o sistema de crédito congelar", disse Bush.
O presidente lembrou que o pacote de US$ 700 bilhões, aprovado pala Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados) na sexta-feira (3) e no mesmo dia sancionado por Bush, autoriza o Departamento do Tesouro a usar uma "variedade de medidas para ajudar os bancos a reconstruir seu capital" através da "compra de papéis de instituições financeiras".
Segundo analistas, a menção de Bush lembra a que já foi feita por outros representantes do governo, de compra de participação em bancos comerciais. Ontem, o diário americano "The New York Times" informou que fontes do governo já comentam a possibilidade de uma nacionalização parcial do sistema bancário americano, como já ocorreu em alguns bancos europeus.
Veja os pontos:
1 - Adotar ações decisivas e utilizar todas as ferramentas disponíveis para apoiar as instituições financeiras importantes para o sistema e evitar sua falência.
2 - Dar todos os passos necessários para descongelar os mercados de crédito e câmbio e garantir que os bancos e outras instituições financeiras tenham amplo acesso à liquidez e fundos.
3 - Garantir que bancos e outros intermediários financeiros maiores possam, segundo sua necessidade, reunir capital de fontes públicas e privadas, em volumes suficientes para restabelecer a confiança e prosseguir com os empréstimos para famílias e negócios.
4 - Assegurar que os respectivos seguros nacionais de depósitos e programas de garantias sejam suficientemente robustos e consistentes para que os pequenos correntistas mantenham a confiança no sistema.
5 - Atuar, quando for apropriado, para reativar os mercados secundários para hipotecas (os mercados de compra de hipotecas por entidades financeiras).
Mercado
O mercado financeiro teve mais um dia de pânico e instabilidade com as notícias de que a crise já chegou à economia real. As perdas foram amenizadas ao longo do dia, com investidores esperançosos de que a reunião do G7 trouxesse algum alento.
Investidores voltaram às compras na última meia hora de pregão e evitaram que a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechasse o dia com perdas de quase 9%. Pela manhã, a Bolsa suspendeu os negócios por meia hora quando o índice Ibovespa desabou 10,19%. O termômetro da Bolsa, o Ibovespa,
recuou 3,97% no fechamento e atingiu os 35.609 pontos, o seu nível mais baixo desde setembro de 2006. O giro financeiro foi de R$ 5,42 bilhões.
A
Bolsa de Nova York, que chegou a retroceder 8% logo após a abertura, encerrou o dia em baixa de 1,49%. As Bolsas asiáticas desabaram: a Bolsa de Tóquio fechou em baixa de 9,62%. As Bolsas européias seguiram pelo mesmo caminho: em Londres, as ações caíram 8,9% (pelo índice FTSE), enquanto a Bolsa alemã perdeu 7%.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

NOVO ACORDO DE BRETTON WOODS !

Diretor da OMC é favorável a um novo acordo de Bretton Woods
09 de Outubro de 2008
PARIS (AFP) - O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, se declarou favorável a um novo Sistema Bretton Woods, em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornal francês Le Parisien.
"Se isso quer dizer sentar as potências mundiais em uma mesma mesma, ou seja, os Estados Unidos, Europa, China, Índia, Brasil, Indonésia e sauditas, para que dêem um mandato para fixar as regras das finanças mundiais, então estou a favor", declarou Lamy.
Ao término da Segunda Guerra Mundial, os acordos de Bretton Woods (Estados Unidos) traçaram as grandes linhas do sistema financeiro internacional, no primeiro exemplo de uma ordem monetária negociada.
Lamy, ex-comissário do Comério da União Européia (UE), considerou que, frente à crise, são necessárias ações o mais coordenadas possível, como fizeram, na véspera, os sete grandes bancos centrais do mundo para reduzir suas taxas de juros.
O QUE FOI BRETTON WOODS ?

Bretton Woods foi o nome dado a um acordo de 1944 no qual estiveram presentes 45 países aliados e que tinha como objectivo reger a política económica mundial. Segundo o acordo de Bretton Woods as moedas dos países membros passariam a estar ligadas ao dólar variando numa estreita banda de +/- 1%, e a moeda norte-americana estaria ligada ao Ouro a 35 dólares. Para que tudo funcionasse sem grandes sobressaltos foram criadas com o acordo Bretton Woods duas entidades de supervisão, o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial.
Assim, com o acordo de Bretton Woods, o dólar passou a ser a moeda forte do sistema financeiro mundial e os países membros utilizavam-na para financiar os seus desequilíbrios comerciais, minimizando custos de detenção de diversas moedas estrangeiras.
Assim, com o acordo de Bretton Woods, o dólar passou a ser a moeda forte do sistema financeiro mundial e os países membros utilizavam-na para financiar os seus desequilíbrios comerciais, minimizando custos de detenção de diversas moedas estrangeiras.
Durante vinte anos o sistema Bretton Woods funcionou como previsto, mas chegando-se à segunda metade da década de 60 começaram a surgir problemas derivados da degradação das finanças norte-americanas. Para se financiar o défice orçamental houve um aumento da emissão de dólares que, por um lado, começou a criar problemas aos restantes países membros do acordo Bretton Woods, porque os obrigava a emitir das suas próprias moedas para manterem o cambio "fixo", criando pressões inflacionistas na sua economia, e por outro, associado a uma degradação da conta corrente norte-americana, com as importações a crescerem mais rápido que as exportações (a balança comercial passou de um excedente de 6,8 mil milhões em 64 para um défice de 2,9 mil milhões em 71, sendo também um dos culpados a sobrevalorização do dólar, que mantinha o preço dos produtos norte-americanos muito elevados face aos europeus), a quantidade de dólares passou a exceder o stock de ouro diminuindo a vontade dos outros países de deter dólares. (em 1971 o passivo norte-americano era de 70 mil milhões de dólares e o stock de ouro de apenas 12 mil milhões)
A pressão foi aumentando e durante o primeiro semestre de 1971 já se notava alguma valorização das moedas mais importantes face ao dólar, apesar de serem tomadas algumas medidas para contrariar essa tendência. Mas, a 15 de Agosto, Nixon, que era presidente desde 1969, pôs fim ao acordo de Bretton Woods e à convertabilidade do dólar em ouro, anunciando a sua vontade de realinhar as taxas de paridade. Após o anúncio, os mercados estiveram fechados durante uma semana e quando abriram o dólar foi desvalorizando, com os Bancos Centrais a intervir e a controlar a situação.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

A AIDS NO MUNDO E A EPIDEMIA NA ÁFRICA !

Investigação : Vírus da sida entre nós há 100 anos
Depois de se ter situado a origem do VIH nos anos 30, um novo estudo sugere que o vírus afinal possa estar entre os seres humanos há cerca de 100 anos por visao.pt - 02 Out 2008
O vírus da sida circula entre nós há cerca de 100 anos, mais três décadas do que se supunha. O novo estudo, publicado esta quinta-feira na revista Nature, indica que o VIH deverá ter tido origem entre 1884 e 1924. Anteriormente, pensava-se que o vírus tinha surgido por volta de 1930. A sida só foi reconhecida em 1981
Esta conclusão «não é uma alteração monumental, mas significa que o vírus estava a circular sob os nossos olhos ainda há mais tempo do que supunhamos», afirma Michael Worobey, da Universidade do Arizona, autor do estudo.
Os cientistas sublinham que a nova data coincide com o desenvolvimento urbano em África e sugere que este factor pode ter promovido o desenvolvimento do vírus. Recorde-se que a teoria é a de que o VIH passou dos chimpanzés para os humanos no continente africano.
A chave para o desenvolvimento desta nova investigação foi a descoberta de uma amostra do vírus, recolhida de uma mulher, em Kinshasa, em 1960. Anterior a esta, apenas uma outra amostra pudera ser estudada, datada de 1959.
Os investigadores aproveitaram o facto de o VIH sofrer mutações rapidamente, pelo que duas estirpes de um ascendente comum tornam-se cada vez menos parecidas a nível genético, com o passar do tempo. Isto permitiu que os cientistas reconstruíssem o percurso inverso, calculando quanto demoraria até que várias estirpes se tornassem tão diferentes como as que foram analisadas.
Este novo estudo usou assim os dados genéticos de duas amostras antigas do vírus e de mais de 100 amostras recentes, com vista a criar uma espécie de árvore genealógica e assim tentar identificar o denominador comum mais ancestral. Com esta investigação, surgiram várias hipóteses, mas os cientistas consideram que a mais provável é a que situa a origem do VIH entre 1884 e 1924.
Os especialistas afirmam que não seria surpreendente se o VIH tivesse circulado cerca de 70 anos entre os humanos antes de ser reconhecido, uma vez que a infecção demora, normalmente, vários anos até produzir sintomas.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

OS EUA JÁ NÃO SÃO O MESMO !

Crise leva Rússia e Alemanha a questionar supremacia dos EUA
Moscou, 2 out (EFE).- O presidente russo, Dmitri Medvedev, propôs hoje à chanceler alemã, Angela Merkel, a criação de um novo sistema financeiro que deixe de lado a supremacia dos Estados Unidos. "Os problemas gerados pela crise financeira demonstram que a era do domínio de uma só economia e de uma só divisa ficou no passado", disse Medvedev durante um fórum político em São Petersburgo. Medvedev criticou as políticas e o modelo econômico aplicado pelos EUA nos últimos anos, pelo qual, segundo ele, "quase todos" os países "estão pagando" atualmente. "Devemos trabalhar juntos na formação de um sistema econômico e financeiro mundial novo e mais justo, e lutar para que isso se baseie nos princípios do multilateralismo, na supremacia da lei e no respeito mútuo dos interesses".
Na opinião do chefe de Estado, "para solucionar a crise atual, gerada em considerável medida pelo egoísmo financeiro", são necessárias "medidas coletivas", conforme informou a agência "Interfax". "Os últimos eventos demonstram que nenhum país", por mais poderoso que seja, "pode se fazer de megaregulador. Por isso, necessitamos de novos mecanismos de adoção de decisões coletivas e de responsabilidade coletiva", afirmou.
Medvedev ressaltou que os problemas financeiros não devem ser discutidos apenas no marco do Grupo dos Oito (G8, os sete países mais ricos do mundo e a Rússia), já que é preciso "incluir também outras grandes nações que têm muito o que dizer no mundo financeiro".
"O atual sistema não cumpre com sua tarefa de manter a estabilidade financeira (...) e não garante que um ou outro país não tome decisões que, como conseqüência, provoquem uma reação em cadeia nos mercados internacionais", disse.
O líder russo pediu a todos os países que não se escondam "após os antigos esquemas" e criticou o G8 por não reagir "muito mais rápido" durante sua última cúpula, em julho, no Japão.
"Poderiam ter enfreado as seqüelas dos processos de crise que explodiram nos EUA e que se propagaram em cadeia a outras economias", ressaltou.
Por isso, ele encorajou Merkel a cooperar na criação de centros financeiros alternativos aos existentes, nos quais as "regras seriam as mesmas para todos".
Os dois governantes coincidiram sobre a necessidade de novas normas para os mercados de valores e novos mecanismos internacionais de gestão de crise, devido à grande "interdependência" econômica que existe devido à globalização.
Seu antecessor no cargo e atual primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, acusou ontem os EUA de serem "incapazes" de tomar as medidas necessárias para frear a atual crise financeira.
"Não é" apenas a "irresponsabilidade de funcionários", mas principalmente a "irresponsabilidade do sistema, que, como se sabe, pretendia ser líder mundial", disse Putin durante uma reunião do Governo russo.
Já Medvedev voltou a pôr hoje sobre a mesa sua iniciativa de assinar um novo acordo de segurança europeu, que não acabaria com as estruturas já existentes.
"Infelizmente, os acontecimentos no Cáucaso demonstraram que o atual sistema de segurança global não é capaz de prevenir aventuras militares e devemos fazer tudo que for possível para criar uma moderna e confiável arquitetura de segurança para o futuro", afirmou.
Medvedev também negou que Moscou deseje o retorno à Guerra Fria. "Pode ser que alguém deseje retornar à primitiva divisão do mundo (...) mas nós consideramos que não há razões" para construir "novos muros em Berlim", comentou.
Já Merkel afirmou que atualmente "não existe o sistema de segurança de que o mundo necessita" e é preciso "reforçar a ONU e o Conselho de Segurança e, talvez, dotar o FMI de novas funções".
Além disso, tanto o presidente russo quanto a chanceler alemã apoiaram o projeto do Gasoduto da Europa do Norte (NEGP), considerado o maior do continente e que deve começar a bombear gás a partir de 2010. "Necessitamos deste projeto. É importante não só para a Alemanha, mas para muitos outros países europeus", disse Merkel.
Quanto à situação no Cáucaso, a chanceler criticou a reação "desproporcional" da Rússia no conflito bélico com a Geórgia, afirmou que a integridade territorial desse país não é negociável e pediu a Moscou que restabeleça a confiança em suas relações com o Ocidente.
Além disso, defendeu um maior papel dos observadores internacionais na região, e se mostrou partidária de um "diálogo preventivo" para evitar conflitos em áreas como Kosovo e Bósnia. EFE

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A Partir de Hoje, a Terra entra no Vermelho !

A partir de hoje viajaremos com as contas no vermelho e consumiremos mais recursos do que aqueles que a natureza fornece de modo renovável. Estamos comendo o capital biológico acumulado em mais de três bilhões de anos de evolução da vida: nem mesmo uma superintervenção como a do governo dos Estados Unidos para tapar os buracos dos bancos americanos bastaria para reequilibrar nossa relação com o planeta.
Dia 23 de setembro é o Earth Overshoot Day [dia da ultrapassagem dos limites da Terra, ndt]: a hora da bancarrota ecológica.

A reportagem é de Antonio Cianciullo e publicada pelo jornal La Repubblica, 22-09-2008.
Dia 23 de setembro é o Earth Overshoot Day, que em 1955 se desencadeou quase dois meses mais tarde. As projeções das Nações Unidas: sem adoção de medidas, em 2050 encerraremos no dia primeiro de julho.
É o dia em que a renda anual à nossa disposição acaba e os seres humanos vivos continuam a sobreviver pedindo um empréstimo ao futuro, ou seja, retirando riqueza aos filhos e aos netos. A data foi calculada pelo Global Footprint Network, a associação que mensura a pegada ecológica, ou seja, o sinal que cada um de nós deixa sobre o planeta retirando aquilo de que necessita para viver e eliminando o que não lhe serve mais, os rejeitos.
O dia 23 de setembro não é uma data fixa. Por milênios o impacto da humanidade, em nível global, foi transcurável: era um número irrelevante no que se refere à ação produzida pelos eventos naturais que modelaram o planeta. Com o crescimento da população (o século vinte começou com 1,6 bilhões de seres humanos e concluiu com 6 bilhões de seres humanos) e com o crescimento do consumo (o energético aumentou 16 vezes durante o século passado) o quadro mudou em períodos que, do ponto de vista da história geológica, representam uma fração de segundo.
Em 1961 metade da Terra era suficiente para satisfazer as nossas necessidades. O primeiro ano em que a humanidade utilizou mais recursos do que os oferecidos pela biocapacidade do planeta foi 1986, mas, daquela vez o cartãozinho vermelho se ergueu no dia 31 de dezembro: o dano ainda era moderado. Em 1995 a fase do superconsumo já devorara mais de um mês de calendário: a partir de 21 de novembro a quantidade de madeira, fibras, animais e verduras devoradas ia além da capacidade dos ecossistemas de se regenerarem; a retirada começava a devorar o capital à disposição, num círculo vicioso que reduz os úteis à disposição e constringe a antecipar sempre mais o momento do débito.
Em 2005, o Earth Overshoot Day caiu no dia 2 de outubro. Neste ano já o adiantamos para o dia 23 de setembro: já consumimos quase 40 por cento a mais do que aquilo que a natureza pode oferecer sem se empobrecer. Segundo as projeções das Nações Unidas, o ano no qual – se não se tomarem providências – o vermelho vai disparar no dia primeiro de julho será 2050. Isto significa que na metade do século precisaremos de um segundo planeta à disposição. E, visto que é difícil levantar para aquela época a hipótese de uma transferência planetária, será preciso bloquear o superconsumo agindo numa dupla frente: tecnologias e estilos de vida.
O esforço inovador da indústria de ponta produziu um primeiro salto tecnológico relevante: no campo dos eletrodomésticos, da iluminação, da calefação das casas, da fabricação de algumas mercadorias o consumo se reduziu notavelmente. Mas, também os estilos de vida desempenham um papel relevante. Para nos convencermos disso basta confrontar o débito ecológico de países nos quais os níveis de bem-estar são semelhantes. Se o modelo dos Estados Unidos fosse estendido a todo o planeta, precisaríamos de 5,4 Terras. Com o estilo do Reino Unido se desce a 3,1 Terras. Com a Alemanha a 2,5. Com a Itália a 2,2.
“Temos um débito ecológico igual a menos do que a metade daquele dos States, mesmo para nossa adesão às raízes da produção tradicional e para a liderança no campo da agricultura biológica, a de menor impacto ambiental”, explica Roberto Brambilla, da rede Lilliput que, junto com a WWF, cuida da difusão dos cálculos do rastro ecológico. “Mas, também para nós a caminhada para o objetivo da sustentabilidade é longa: servem-nos menos obras prejudiciais como a Ponte sobre o Estreito e mais reflorestamento para reduzir a emissão de gás serra e os desmoronamentos”.

sábado, 20 de setembro de 2008

O SOL DA MEIA NOITE

Sol da meia-noite é a designação comum para o fenómeno que ocorre nas latitudes acima de 66º 33’ 39" N ou S, ou seja para além do círculo polar ártico ou do círculo polar antártico, quando o Sol não se põe durante pelo menos 95 horas seguidas. Em latitudes superiores a 80 graus, o Sol não se põe por mais de setenta dias sem o verão, ou seja, não há noites durante mais de dois meses.
O eixo de rotação da
Terra tem uma inclinação média de 986º 98’100" ou seja 98º e 4/10 em relação ao plano da sua órbita em torno do Sol corresponde a distância do circulo ártico ao pólo, a denominada eclítica , isto é, o círculo máximo que resulta da intersecção do plano da órbita aparente solar com a esfera celeste. Dado que a Terra, resultante da sua rotação devido ao efeito giroscópio mantém o seu eixo (se descontarmos as oscilações de longo período do próprio eixo de rotação) no correr de um ano a mesma posição inclinada 23,4º em relação as estrelas de fundo o que faz com que a projeção dos raios do sol deslocar-se anualmente para norte e sul do equador, dando origem às estações do ano.

No processo atrás descrito, quando a posição aparente do Sol é tal que o somatório da sua
declinação (δ), isto é o arco do meridiano do astro compreendido entre o equador e o centro do disco solar, com a latitude do lugar é igual ou superior a 90º, o Sol nunca desce abaixo do horizonte do lugar, descrevendo uma trajetória no céu que tem o seu ponto mais elevado sobre o meridiano do lugar e o mais baixo do lado oposto (isto é na posição em que faz um ângulo de 180º com esse meridiano). Ora como a declinação máxima do sol corresponde à sua posição sobre cada um dos trópicos (a 23º 27’ N ou S, consoante seja o Trópico de Câncer ou o Trópico de Capricórnio, respectivamente), tal significa que:

Nos dias
equinociais, isto é, quando a declinação do Sol é 0º (δ = 0º), o dia e a noite são iguais em todo o planeta, já que a soma da declinação com a latitude apenas atinge 90º sobre o ponto exato do pólo.
Quando o Sol inicia a sua subida em direção ao Trópico respectivo (Câncer ou Capricórnio consoante estejamos a referir o Verão do hemisfério norte ou do hemisfério sul), isto é, se aproxima do
solstício respectivo, vai crescendo a partir do pólo em direção ao equador a calote em que o sol nunca se põe, isto é, onde o sol da meia-noite é visível: essa calote corresponde sempre à zona cuja latitude é igual ou superior a (90º - δ), sendo esta a declinação do Sol naquele dia.
Quando o Sol atinge o trópico, isto é a declinação atinge os 23º 27’, a diferença de 90º para este ângulo (os tais 90º - δ) é de 66º 33’, ou seja, a latitude correspondente ao círculo polar respectivo. Nesse dia, o sol da meia-noite será visto no círculo polar, atingindo a área de visibilidade em sua máxima extensão.
Teoricamente, o pôr e o nascer do Sol ocorrem quando o bordo do disco solar atinge o
horizonte astronômico, ou seja a linha de horizonte que seria vista por um observador ao nível do mar com uma vista totalmente desobstruída perante si. Na realidade o pôr e o nascer do Sol são vistos quando o centro do disco solar está cerca de 50’ (minutos de grau), abaixo do horizonte. Tal deve-se à própria dimensão angular do disco solar sobre o céu e, principalmente, à curvatura dos raios solares causada por refração na atmosfera quando o Sol incide em ângulos baixos, como é o caso quando está próximo do horizonte. Este efeito atmosférico tem grande importância nas zonas circumpolares, pois aí o Sol permanece durante largos períodos próximo do horizonte e as condições de muito baixa temperatura atmosférica o que pode causar grandes variações (de horas) no período de visibilidade do Sol ou do crepúsculo.
Um caso extremo, embora raro, é o
efeito da refração, uma anomalia ótica, devido refração dos raios luminosos no teto das camadas atmosféricas de temperaturas diferentes, que provoca uma ilusão ao espectador parecendo observar um achatamento do disco Solar ou lunar e que também permite observar outros astros que se encontram abaixo da linha do horizonte. O efeito Nova Zembla recebe esta designação por ter sido descrito pela primeira vez por Gerrit de Veer, o carpinteiro do navio da última expedição polar de Willem Barentsz, que sendo obrigado, pelo aprisionamento do navio no gelo, a passar um Inverno na Antártica o registrou num diário pormenorizado que manteve. Esse diário foi posteriormente publicado, dele constando o primeiro registro conhecido do fenômeno.
Em resumo, se não tivéssemos em conta a dimensão angular do disco solar e os efeitos atmosféricos, o número de dias com o sol da meia-noite à vista variaria entre 1 dia sobre o círculo polar e os 180 dias no pólo. Na realidade, computando todos os efeitos, teremos que:

No dia do
solstício de Inverno, quando o Sol apresenta no hemisfério respectivo a sua mínima declinação, o sol nasce e põe-se no círculo polar correspondente. Tendo em conta a variação de 50’ (minutos de grau) atrás referida a latitude mais elevada onde o sol será visto é de 67° 23' (66° 33' + 50'). Neste dia, naquele hemisfério, todas as localidades situadas acima dos 67° 23’ apenas terão crepúsculo e noite polar. No hemisfério oposto teremos o sol da meia-noite em todas as latitudes superiores a 65º 43’ (66º 33’ – 50’).
Entre o solstício de Inverno e o
equinócio, o Sol irá aparecendo progressivamente em latitudes mais elevadas, reduzindo-se a zona onde o sol não é visível até atingir o pólo próximo do dia do equinócio (devido à refração, o Sol será visto do pólo alguns dias antes do equinócio). No hemisfério oposto teremos uma correspondente redução da área que vê o sol da meia-noite (continuando o mesmo visível do pólo por alguns dias após o equinócio devido à refração — o número de dias com o Sol acima do horizonte em cada pólo atinge 186 dias por ano).
No dia equinocial, apenas os pólos e uma pequena região em seu torno verão o sol da meia-noite, e isto devido à refração. No resto do planeta terra o dia e a noite duram 12 horas cada.
Entre o
equinócio e o solstício de Verão, a área onde o sol da meia-noite é visível cresce das imediações do pólo até atingir o círculo polar respectivo. No hemisfério oposto é a noite e o crepúsculo polares que crescem do pólo em direção ao círculo polar.
No dia do solstício de Verão, o sol da meia-noite será visível desde os 65º 43’ (66º 33’ – 50’) até ao pólo. No hemisfério oposto, a noite e o crepúsculo solares estendem-se desde os 67° 23' (66° 33' + 50') até às imediações do pólo.